PRÁNÁYÁMA E BANDHAS

A palavra pránáyáma é composta por dois termos,prána,a energia vital,e ayáma que significa expansão ou ampliação.Pránáyáma é a expansão da energia vital, e a respiração o mecanismo que utilizamos para a manipulação dessa energia.
O pránáyáma e as suas técnicas procederam a quase todas as técnicas utilizadas pelo yoga.Só por si têm a capacidade de activar a kundalini e de nos proporcionar estados meditativos.A actuação do prana sobre a mente está claramente descrita no clássico texto natha do sec. XII,hatha yoga pradípiká,do yogue Swatmarama que diz:"quando o prána oscila também a mente(chitta)é oscilante;quando o prána se torna estavél também a mente se estabiliza".Então pelo controle e manipulação do prána,através de técnicas respiratórias temos uma chave que nos dá acesso ao controle mental.

    VAYÚ E NÁDÍS
Genéricacamente o prána faz a ligação do macrocosmos com o microcosmos;é ele que trás o mundo externo para o mundo interno.O termo vayú,que significa vento,designa os sub-pránas,ou seja uma vez dentro do corpo humano o prána vai executar várias tarefas,e consoante a sua localização e função recebe diferentes denominações.Assim temos:o vayú prána,situado no torax,na altura do coração e é o vayú responsável pela inspiração.Vayú apana,situado no baixo ventre e ânus,responsável pela expiração.Samána,este vayú situa-se na região do umbigo e é o responsável pela digestão.O vayú udána é o responsável pela deglutição e localiza-se na região que compreende a cabeça e a garganta.E o vayú vyána que é uma espécie de pronto socorro,onde existe a falta de qualquer uma das outras funções este vayú vai supri-la.É responsável pela circulação e como tal está em todo o corpo.

Os nádís são os canais,sutis,por onde os vayús circulam,precorrendo todo o corpo.Nádí é a a palavra sânscrita para rio.Dependendo dos textos,72 mil nádís (existem textos que falam em 300 mil e por ai adiante) circulam e irrigam todo o corpo; onde se aproximam vários  nádís dâ-se um chakra.
Estes canais condutores de energia vital partem todos de uma forma oval,situada entre os orgãos genitais e o umbigo,a que se dá o nome de kanda,ou kandasthána.
Os canais mais conhecidos pelos textos indianos são em numero de 72.Destes, 10 são frequentemente citados,e três são os mais divulgados e por isso mais conhecidos,sendo que parte do trabalho desenvolvido pelo hatha yoga está relacionado com estes três nádís.São eles Idá ou chandra nádí,o canal lunar.Começa na narina esquerda e desce helicoidalmente,pelos chakras até a base da coluna,do lado esquerdo do chakra múládhára.Pingalá ou o súrya nádí,o canal solar.Precorre o mesmo caminho do idá,com a diferença de iniciar e terminar do lado direito do corpo.E o sushumná ou agni nadí.É o canal central,que situado dentro da coluna vertebral  vai da base da coluna ao topo da cabeça.É por ele que a kundalini sobe até ao alto da cabeça



     BANDHAS
Bandha é a palavra sânscrita para fecho.São contracções e compressões que retêm a energia, mantendo-a no corpo fisico, não premitindo que seja puxada pela própria energia gravitacional da terra.Os asanas e pránáyámas podem ser potencializados através destes fechos.A energia que é produzida pelos asanas, retida dentro do corpo através das contracções,manipulada pelo pránáyáma e dirigida através das compressões, vai incentivar o despertar da kundalini,forçando a entrada do prána e apána pelo sushumná nádí.
--múla bandha-Elevação de todo o soalho pélvico.É uma sucção de baixo para cima.A região dos esfíncteres do ânus e da uretra é totalmente contraida.Uma boa explicação é a do movimento que acontece quando estamos absolutamente necessitados de um w.c. e não existe nenhum por perto.Este bandha têm permanência.
--ashwini bandha-É a contracção alternada dos esfincteres.É o mesmo movimento do múla bandha com contracção e descontracção, alternada,constante e pulsante.É um bom treino para a execução prelongada do múla bandha.
--uddiyana bandha-Sem ar,contrai-se o abdómen para trás e para cima.Um buraco bem pronunciado por baixo da maçã de adão,na garganta,garante a boa execução do bandha.Necessitando respirar desfaz-se o bandha e volta-se a repetir todo o processo.
--jalándhara bandha-Levando o queixo a frente,encosta-se ao peito e recolhe-se todo este bloco,de forma a que a coluna fique erecta.
--Traya bandha ou maha bandha-É a utilização de todos os três bandhas em conjunto,em pránáyáma por exemplo.
--jíhva bandha-A lingua dobra para trás empurrando para cima o palato mole.Vai estimular a glândula pineal.A execução provoca um sabor "metálico".Pode ser incorporado ao maha bandha.

As técnicas de pránáyáma e os bandhas são ferramentas a nossa disposição que nos premitem controlar a mente,induzi-la a estados meditativos e ativar o corpo energizando-o de forma incomparável.Em seus estágios mais avançados, unindo as polaridades positiva e negativa (ou o prána e apána) propiciam a ativacção do sushumná nadi,estimulando a kundalini a precorre-lo até ao topo da cabeça,onde e quando, acontece a iluminação interior,o samádhi.

Execução dos Prãnãyãmas

O acto de respirar é composto de quatro partes.Inspiramos,fazemos uma paragem com o ar dentro,expiramos, e fazemos uma paragem com o ar fora, antes de voltar a repetir todo o processo.Como a respiração é regulada pela nossa inteligência corporal muitos de nós não têm a mínima noção do processo.A suma importância da respiração reflecte-se no facto de ser a primeira e a última coisa que fazemos neste mundo.A prática de prãnãyãma passa por trazer para a vida quotidiana uma respiração consciente,não termina quando acabamos o exercício em si.
Na prática de exercicios de prãnãyãma denominamos essas quatro etapas da respiração por:
1-Puraka-inspiração(é a captação do prana)
2-Anthara kumbhaka-retenção com ar nos pulmões(acumulação e destribuição do prana pelo corpo)
3-Rechaka-expiração
4-Bahya kumbhaka-retenção de pulmões vazios(maior ênfase nos bandhas)
continuação no proximo capítulo :)YOGA É RESPIRAÇÃO.pela complexidade do assunto em questão e pela minha falta de tempo esta página anda a duas velocidades,devagar e devagarinho,mas como mais vale devagar e bom que depressa e ruim, deixo a sugestão de reflexão sob o que já foi exposto sobre este tema,no sentido de,á medida que o ensinamento for aparecendo,o precedente estar bem apreendido.Com um doubleclick em cima das imagens estas ampliam.
       

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