Sunday, June 26, 2011

A MAGIA DE BHAVA

Bhava.No sânscrito a palavra indica sentimento,devoção,inclinação,é um estado mental devocional que induz a uma acção baseada nesse preceito.
Imaginemos esta analogia;O yoga como um colar de pérolas;cada uma dessas pérolas são os vários angas(partes) do yoga, os mudras,pranayamas,asanas,dharana etc..Cada um destes angas é por si próprio uma pérola que proporciona bem-estar,saúde,longevidade,tira as gordurinhas a mais,etc.O fio que une estas práticas e as transforma em yoga, que une as pérolas isoladas transformando-as num colar de pérolas, que é o yoga,é Bhava.
É um sentimento profundo, uma paixão,é amor que confere força as práticas.Asanas sem bhava,sem esta paixão,sem este sentimento de união são meramente exercícios de ginástica.
Na verdade bhava é essencial ,é o que confere a força, o sentido, a alma a tudo o que faças na vida,tanto profissional,como artisticamente.Aliás,através de bhava a arte torna-se uma constante na tua vida,o teu trabalho torna-se arte, arte é a tua forma de estar presente nas coisas,a forma como por exemplo enrolas um guardanapo,a paixão que colocas nisso.A prefeição nos minímos detalhes torna-se a tua expressão.Bhava é o segredo inerente á arte de viver.
É a falta deste bhava,desta paixão que,ao fazeres uma retrospectiva de vida, te leva a colocar as clássicas perguntas:"será que tudo isto vale a pena?" ou "mas o que é que eu fiz da minha vida?",que mais cedo ou mais tarde acabam por surgir,e que usualmente levam a depressões e em casos extremos ao suicídio,quando precebes que as escolhas que fizeste são clones,corpos sem alma.
Bhava têm o poder alquimico de transformar tudo aquilo que toca em yoga,em união.
Então tu que és um yogue tens esse poder que o bhava confere de transformar tudo em yoga,quando comes,quando dormes,quando amas,quando te zangas,quando jogas á bola.....Aprecebe-te da magia que é o universo,completamente  programável..O éter a tua volta está a espera que o programes,agora tu é que sabes com o que,as linhas com que te coses.
Vais trabalhar?confere bhava nisso,não estás a trabalhar estás a praticar yoga.Trabalho sem bhava é só trabalho,não vale a pena,no máximo tornas-te o homem mais rico do cemitério.O homem não nasceu para trabalhar,nasceu para criar,e criar é magia.,toda a criação é mágica.Isto não é uma apologia simplista a não trabalhar,muito antes pelo contrário,o trabalho enobrece,isto é simplesmente uma proposta,uma pequena mudança de visão,de conceitos se não puderes deixar de os ter,que provoca grandes mudanças.
Bhava é a base de todos os yogas,mantra yoga,karma yoga,hatha yoga,bhakti.....
Temos de aprender a cultivar bhava,o sentimento que confere poder,magia,á acção.

Saturday, June 18, 2011

BHAGAVAD GITA, A CANCÃO DO SENHOR


Já foi dito que se tudo o que existe sobre Hinduismo e yoga desaparece-se, e só se salva-se o Bhagavad gita,A canção do senhor,tanto o sánathana dharma (a cultura hindu baseada na busca permanente daquilo que têm os atributos da eternidade),como o yoga estariam salvos.O facto de toda a acção do Gita se passar num campo de batalha,com Krishna,que é uma encarnação de Vishnu,e portanto Ishvara,a incentivar Arjuna a combater,e cumprir o dharma torna,a meu ver,o texto delicioso.Enquanto temos a noção ocidentalizada de o ensinamento espiritual ser passado por um mestre,sentado debaixo de um árvore com os discipulos a sua volta falando de paz e amor, passarinhos a chilrear e o barulho de uma cascata como som de fundo,tudo num cenário idílico, o Guita aparece-nos antecipando a longa distância o famoso "to be or not to be?" com um "to fight or not to fight?",com a instrução espiritual a acontecer no meio de espadas a bater em escudos,trompetas de guerra,o som das shankas,etc,desembocando numa guerra devastadora e sangrenta,em ordem de proteger o dharma,a lei eterna.O dharma é o tema central do cântico,e o foco é o yoga.

--Resumo da Bhagavad Gita,A canção do Senhor por Carlos Eduardo Barbosa(Autor da transliteração "Os yogasutras de Pañtanjali"professor e estudioso de sânscrito,cultura hindu e ele próprio yogue)

A Bhagavad Gita é um texto construído ao longo de dezoito capítulos onde se descreve o
diálogo entre dois primos, Arjuna e Krishna, que estão num campo de batalha, no momento
em que uma grande guerra está para se iniciar. Arjuna é o comandante supremo de um dos exércitos e será a sua decisão que definirá se haverá guerra ou não.
Os dois são membros da família lunar, que é retratada no texto épico Mahabharatam, do qual
a Bhagavad Gita é apenas uma parte (a família solar é retratada no Ramayana, um outro épico
indiano).
Os seis primeiros capítulos apresentam em termos gerais o conceito de yoga épico. Os seis
capítulos seguintes (7-12) tratam da relação do indivíduo com o Ishvara (o eu supremo dentro
de nós). Os últimos seis capítulos (13-18) tratam da relação do indivíduo com a natureza
manifestada, como um todo, sendo o último capítulo também um breve resumo de toda a
mensagem da Gita.

CAPÍTULO 1

A ANGÚSTIA DE ARJUNA

Arjuna não tem certeza se deve iniciar a guerra, e entende que é uma afronta ao Dharma da
família atacar parentes. Ele teme que a família vá enfraquecer e se degenerar. Então ele diz a
Krishna que vai desistir.
CAPÍTULO 2
O SAMKHYA
Krishna começa a resposder a Arjuna, esclarecendo inicialmente que a vida é cheia deparadoxos, e que os Samkhyas ensinam a usar o discernimento para lidar com isso. A seguir eleesclarece o Yoga, que é definido como o uso da Inteligência (buddhi) focada, o que leva à
libertação. O resumo do yoga é dado ao final deste texto.

CAPÍTULO 3

O KARMA
Nossa natureza nos obriga a agir. Não agir é um erro. Mas a ação deve ser feita de modo quenão nos prenda a esse mundo, ou seja, deve ser desapegada. O guna Rajas, que nos faz agirpode se tornar o grande inimigo se não houver o desapego.
CAPÍTULO 4
A COGNIÇÃO (JÑANAM)
Krishna afirma a antiguidade da sabedoria do yoga, e introduz o conceito de renascimento. Eleexplica que é preciso haver uma transformação na nossa cognição, que deve estar purificadapelo sacrifício e pelo tapas. A cognição com discernimento destrói a dúvida e purifica a ação –
o que viabiliza o yoga.
CAPÍTULO 5
RENÚNCIA À AÇÃO RITUALIZADA (KARMASAMNYASA)
Samkhya e Yoga dão o mesmo resultado, mas sem yoga fica mais difícil a renúncia. Ainteligência focada nos dá a percepção que permite agir sem apego. A renúncia ao fruto daação nos mantém na pureza do Atma (o si-mesmo).

CAPÍTULO 6

DHYANAM (SAMYAMA A MEDITAÇÃO)

Aqui se trata do Samyama, a meditação, cujo fundamento é o equilíbrio. Esse equilíbrio
também pode ser obtido pela alimentação equilibrada ou por outros cuidados. Nesse capítulo
se descreve a prática do yoga, que é bem semelhante àquela proposta por Patanjali. Afirma-se
que o ideal do Yoga supera a perfeição dos sacerdotes, intelectuais e santos (karmi, jñani e
tapasvi)
CAPÍTULO 7
VIVÊNCIA E DISCRIMINAÇÃO (JÑANAM E VIJÑANAM)
Neste capítulo se afirma que precisamos conhecer apenas o Ishvara, que se oculta por trás decada criatura, naquilo que elas têm como sua origem ou seu traço distintivo. Quandoeliminamos a separação e a dualidade, a mente se torna firme e vivemos o Ishvara.

CAPÍTULO 8

AKSHARA BRAHMA (BRAHMA EM UMA SÍLABA)
Aqui Krishna ensina o método de concentrar o prana na cabeça, como acontece no momentoda morte e compreender o Om como a pura manifestação do indestrutível. Fala também sobrea dualidade usando os dias e noites como ilustração, traçando sua relação com a vida eterna.
CAPÍTULO 9
A SABEDORIA E O SEGREDO DOS PODEROSOS
Trata do compartilhamento (bhakti) como um rito de empoderamento. Quem compartilhacom o divino sua capacidade de atenção e tem desapego, recebe em troca a liberdade e poder absolutos.
CAPÍTULO 10
O QUE APARECE (VIBHUTI)
Krishna diz que dá o poder da ação desinteressada para aqueles que focam sua atenção noIshvara. Descreve depois como se pode perceber a presença do Ishvara nas coisas que sedestacam (a perfeição em cada categoria). Não é preciso ter a visão da totalidade, mas
qualquer fração já tem o poder de levar ao todo.
CAPÍTULO 11
A VISÃO DE TODAS AS FORMAS

Arjuna pede para ver o todo, a forma plena do Ishvara (Krishna). Krishna revela todo o
universo dentro de si, devorando tudo o que existe – e isso assusta Arjuna. Ele compreende
que não é o agente, mas apenas um instrumento da guerra.
CAPÍTULO 12
BHAKTI
Arjuna quer saber quem são os melhores yogis dentre aqueles que emprestam sua atenção aoIshvara, e Krishna revela que são os que buscam a natureza imperecível e se dedicam aosdemais e não a si mesmos. A renúncia aos frutos produz a Paz.
CAPÍTULO 13
O CAMPO E O CONHECEDOR DO CAMPO
Arjuna quer saber mais sobre o conhecimento e o que deve ser conhecido. Krishna explica queo corpo é o campo e que o conhecedor do campo é quem conhece esse corpo, formado porprincípios metafísicos e habitado pelas atividades da mente. Só conhece verdadeiramente esse
corpo mítico quem realiza o yoga e pratica o renunciamento.
CAPÍTULO 14
DISCRIMINAÇÃO DOS TRÊS GUNAS

Aqui se descreve três tipos diferentes de relação entre o indivíduo imperecível e o mundo
destrutível. E o yogi deve superar as três e se colocar além de quaisquer dualidades.
CAPÍTULO 15
O PURUSHA SUPREMO

Dentro de nós se alojam duas pessoas, uma destrutível e uma indestrutível. Acima das duas
está o Purusha Supremo, que é a fonte da vida. A independência libera o yogi da gigantesca
árvore dos rituais, cujas raízes estão no céu e cujas folhas são os versos do RigVeda.
CAPÍTULO 16
DISTINÇÃO ENTRE ASURIKA E AISHVARYA

Krishna descreve a natureza que rejeita o Ishvara e que está destinada ao sofrimento e à
destruição. Por rejeitar o Ishvara em si mesmo e nos demais, essa natureza se torna incapaz de
alcançar a perfeição.
CAPÍTULO 17
AS TRÊS FORMAS DE FÉ
Este capítulo curto explica os três tipos de fé, que produzem três tipos de tapas e de sacrifício(doação). A presença da fé dá legitimidade ao fato e determina se ele é verdadeiro ou não.
CAPÍTULO 18

RENÚNCIA À LIBERTAÇÃO
Este capítulo resume toda a obra, e informa que para alcançar a meta final de libertação épreciso renunciar até mesmo ao próprio objetivo final, a libertação. Ele se fundamenta no fato
que a libertação não se aplica ao que é verdadeiro, pois o verdadeiro indivíduo em nós já é
livre e imortal por natureza.



UM RESUMO DO YOGA ÉPICO



Os princípios do Yoga, segundo a Gita, podem ser descritos pelos seguintes tópicos:

1. A inteligência deve estar focada, e não dividida (2.41)

2. A inteligência deve estar focada no fazer, e não no resultado da ação, nem tampouco na

inação. (2.47)

3. Yoga é equanimidade, equilíbrio (samatvam). (2.48)

4. Yoga é excelência nos afazeres. (2.50)

5. Quem domina a inteligência fica sereno em meio ao tumulto.

6. Não há controle da inteligência sem Yoga.

7. Utilizando o si mesmo como referência, o yogi, liberado de suas máculas, alcança com

facilidade o bem estar supremo, que é o contato com Brahma (6.28)

8. A separação daquilo que nos une ao doloroso é conhecido como Yoga (6.23)



O sábio Vyasa é o autor do épico Mahabharata,onde por vezes também é protagonista,e é Ganesha quem escreve os relatos da história contada por Vyasa,assim conta a lenda.É um dos primeiros Épicos da humanidade,e porventura o maior.Do épico, de que a Bhagavad gita é apenas um trecho como já foi referido acima,participam sábios,reis,criaturas fabulosas ,Deuses e demónios.
Espero que este pequeno,mas muito útil resumo lhe tenha aberto o apetite para uma leitura Épica a todos os níveis.Uma sugestão para a leitura do Bhagavad Gita é a de o amigo leitor primeiro lêr o capítulo e depois,só depois para não ser uma leitura influenciada, compara-lo com o resumo do capítulo correspondente,que aqui disponibilizo,para entre os dois retirar o que lhe fizer sentido.
Swami Venkatesananda é de opinião que o Gita seria o texto yogue a levar para uma ilha deserta,e para reforçar esta sua opinião e fé no texto,disponibiliza-o para download gratuito no seu site(através do nome do swami chega-se ao site).
                                                                                                  OM TAT SAT

Wednesday, June 15, 2011

O TRISHULA DE SHIVA PASHUPATI

Trishula em sânscrito ou tridente em Portugûes,é a arma utilizada por Shiva para destruir a ignorância dos seres humanos.Assim ele é retratado como Shiva Pashupati, o Senhor de todas as criaturas.Na trimurti hindu,Brahma é o que cria, Vishnu o que preserva,e Shiva o que destrói.Destrói para renovar.
A simbologia da trishula encontra-se na relação entre as três pontas do tridente e os Gunas,as três qualidades da matéria; Sattva (equilibrio), Rajas ( movimento) e Tamas (inércia).Os Gunas estão isentos de qualquer tipo de conceito moral a eles associado,neste nível de comprênsão.
O Damaru,tambor em forma de ampulheta, representa o som da criação do Universo,o OM.
É com o som do Damaru e com o compasso da sua dança,tândava,que Shiva marca o ritmo cósmico da criação e dissolução do Universo.
Shiva é a figura, do panteão hindu de Deuses,que mais têm influenciado e inspirado os yogues e as yoguinis.O yogue começa por buscar sattva,e termina quando transcende todos os três gunas,todas as qualidades da matéria,o estado que os Nathas,compiladores e criadores do hatha yoga, definem como: "quando o yogue encontra Shiva dentro dele",que é o objectivo final de todas as práticas yogues.

                                                                  OM NAMAH SHIVAYA

Tuesday, June 7, 2011

EXEMPLOS.

Ãngela Maria Jácomo Martinez foi minha professora de yoga infantil (bala yoga) e yoga para maturidade(vardhakas) em Portugal.Também lecciona estas disciplinas tanto ao nível de instrução técnica como ao de formação universitária  no Brasil.Formou-se no centro de estudos de yoga Narayana e foi-lhe concedido o título de kushalanayakah (professor competente) pelo colegiado de yoga do Brasil Dharmaparishad.
Ãngela têm paixão pelo que ensina,o que é visivél pela forma como o faz,mas a sua paixão maior é pela vida e pelas pessoas.Não resisti a pedir-lhe que me concede-se uma entrevista,o que concordou de imediato.Delicie-se.

Pergunta-Quem é Ãngela Maria Jácomo Martinez?
Resposta-Essa é a pergunta.Eu procuro fazer a minha parte.Estou sempre a fazer essa pergunta em tudo,até nos asanas.Essa pergunta não pára.Através do yoga aprendi a entrar em contacto comigo mesmo,antes do yoga era uma pessoa,agora sou outra,mais consciente.
Desde que entrei na Narayana encontrei gente muito boa que me têm ajudado nessa caminhada,que me ensinaram a ver o que não conhecia.
É a eterna busca mas o yoga trás-me para mais perto do meu dharma.Se estou feliz ou pelo contrário,pergunto-me o pôrque de estar naquela condição e trabalho o meu ego.
A minha mãe deu-me uma educação muito ética,então desde sempre tive muito respeito pelas pessoas.Gosto de pessoas;Tudo o que aprendo é para compartilhar com elas.
Minha vida sempre foi muito simples,tudo o que tinha era o suficiente.Então é dessa forma que entendo a vida,simples,e é essa simplicidade que busco em tudo,nas coisas, nos relacionamentos...
Tenho uma certa tendência para o Bhakti,para a magia,para mim a vida têm de ser desta forma,alegre.

Pergunta-Como tomou contacto com o yoga?
Resposta-O primeiro contacto foi na gravidez.Ouvi falar no parto de côcoras e fui atrás.Queria uma alternativa homeopática.Um dia fui ao cabeleireiro e alguém lá apresentou-me a médica que fazia esses partos completamente ao natural.Foi uma daquelas coincidências que te levam a questionar se estas existem...Foi tudo completamente natural,sem anestesia,banho de eucalipto,o bébé não levou a palmada,dormiu logo comigo,não foram administrados remédios,e foi o meu marido que cortou o cordão umbilical.A médica que me fez o parto era praticante de yoga e através dela comecei a praticar.
A minha segunda filha nasceu dentro de um pronto-socorro homeopático.No segundo dia já estavamos em casa,também foi ao natural,não tomei nada.
Então o meu contacto com o yoga deu-se aos 23 anos mas só recomecei a prática mais tarde aos 33 anos,quando começei a trabalhar em acunpultura.

Pergunta-Dentro dos Darshans (escolas,pontos de vista filosôficos) do yoga,ou fora deles,com que linha se identifica mais?
Resposta-Olha eu sou muito raja,gosto da filosofia.O hatha yoga é importante,é mais fácil no sentido de ser mais palpável,estás ali a trabalhar com o corpo,diferente do trabalho com a mente.A flexibilidade têm de ser externa e interna.
Eu tenho fé.A minha formação é catôlica,não posso negar as minhas raízes.As divindades do yoga são suportes que utilizamos,e que o catolicismo também nos dá.O yoga fez-me ampliar essa concepção de haver lugar para tudo e para todos.Eu não imponho nada a ninguém,se me perguntarem o significado de Shiva ou Ganesha eu explico mas não imponho.Acredito no exemplo.Se queres que alguém mude muda tu primeiro.
Peço clareza para continuar a ser orientada,inspirei-me no rei salomão para pedir sabedoria.Quando era pequena queria ser santa,fazer milagres,queria encontrar velhinhos sábios na rua mais tarde quis ser missionária, enfim queria agradar a Deus.Com o yoga aprendi que está tudo bem.Não tenho inquietação,estou tranquila,o yoga trouxe-me isso.

Pergunta-Têm algum conhecimento sobre o ensino do yoga em Portugal?
Resposta-Não.Só aqui na A.L.B.A.(associação luso-brasileira ayurveda).

Pergunta-O yoga cresceu muito e depressa no Brasil.Em Portugal grande parte dos cursos de formação,muitos satsangas e até uma Universidade de yoga têm cunho Brasileiro.Como vê isso?
Resposta-Vejo de forma natural.O Brasil dâ uma certa abertura,talvez até pelo clima tropical que induz a alegria com pouco.Isso faz com que o povo busque esse auto-conhecimento.O brasileiro interagiu em busca disso , e até pelo espírito aventureiro é natural que se expanda.O Brasil pegou um pouco de vários Países na sua formação, e agora é como que um retornar as origens.

Pergunta-Quais,a seu ver,as diferenças maiores entre o yoga que se pratica na Índia e fora dela?
Resposta-Acredito que em relação á Narayana não existam diferenças.A prática é essencial na minha forma de ver pois é a única maneira de assimilar como real aquilo que se vê ou se estuda.A directora da Narayana têm esse compromisso com o ensino autêntico do yoga.Já foi 44 vezes á Índia.

Pergunta-Identifica o que se diz em certos ambientes indianos sobre "yoga criado para estrangeiros"?
Resposta-Não acho que seja assim.Cada ser têm necessidades diferentes,e aproxima-se daquilo que precisa.

Pergunta-O que a levou a leccionar?Qual a motivação para ensinar?
Resposta-Sempre gostei de brincar de escolinha;Adorava cadernos,lapís,canetas...Passava horas escrevendo,sempre me lembro de escrever diários.
Alimentava a minha irmã,mais velha do que eu,e aos outros irmãos, enquanto lhes contava histórinhas de livros que comprava propositadamente.
Comecei a fazer aulas de yoga numa academia,e um dia resolvi procurar uma escola para aprender,encontrei a escola Narayana e estou lá até hoje.(despertou o professor que havia em mim).
Iniciei o curso em 1992.Em fevereiro de 1997 comecei a dar aulas para adultos e em abril do mesmo ano fui convidada para dar aulas de yoga infantil.Fui levada ao colo.Ai precebi como é importante aprender e passar esse conhecimento.
O que me motiva é preceber que quando entro na sala de aula,eu esqueço a Ãngela,torno-me num canal,que peço que seja um canal consciente,amoroso,um canal de bem.
Vou para as aulas com alegria e procuro fazer sempre o meu melhor.
Fazer o que gosto é a minha motivação.

Pergunta-Qual é a importância do yoga infantil?
Resposta-É fazer com que a criança viva como uma criança,tornando-se um adolescente equilibrado,aceitando as suas próprias diferenças e vindo a ser um adulto auto-realizado,auto-suficiente,saudável e feliz.
Ensinar a criança a ouvir ,respirar,e depois agir,baseado na verdade, na confiança,despertando o amor e o respeito por todos os seres.

Pergunta-Qual a importância do yoga para idosos?
Resposta-Preceber que o idoso não é uma criança,é um ser com algumas limitações mas com experiência.É oferecer a oportunidade de trabalhar o corpo e a mente.Aproveitar o tempo com sabedoria ,buscando através desse encontro com a fonte interna,poder oferecer todo o conhecimento adquirido com os anos.

Pergunta-É uma contadora nata de histórias.Têm preferência por ensinar alguma faixa etária?
 Resposta-Não.Cada idade,dos 2 aos 100,traz uma riqueza e um encantamento próprios.
                                                                              
                                                                                OM TAT SAT




Sunday, June 5, 2011

Permacultura

Em muito boa hora resolvi pedir ao amigo Francisco Antunes (Xiquinho) que me conta-se sobre permacultura.
A idéia de fazer umas perguntas elucidativas sobre o tema,que pudessem ser úteis tanto a mim como ao amigo leitor,foi amplamente enriquecida pela idéia do Xico de se fazer a entrevista no terreno,onde pude para além de ouvir,ver e sentir aquilo que as palavras não transmitem; A vibração do lugar.O lugar é mágico como o xico me ia dizendo pelo caminho.O sítio é completamente vibrante nada parece fora do lugar.Caldeirão, o nome dum hectar e tal de terreno,poderia ser o caldeirão da poção mágica do Panoramix, pois a força que emana do local é sobrehumana,ou melhor dizendo não têm quimicos.Alías Tomé, filhote do Xico, recebeu-nos completamante agitado, com a preocupação, a que a idade de sete anos confere legitimidade,sobre o facto de nas suas palavras"ter acontecido uma grande desgraça"pois tinha avistado alguém a pulverizar um terreno circundante.Deu para ver que não estava a ser levado para um logro,que estava perante alguém que vive o ensinamento no presente,garantindo-o no futuro através da "passagem de testemunho" para as gerações vindouras.
O portão que marca o ínicio do caldeião não têm como função barrar a entrada nem demarcar limites de propriedade,serviu o propósito de tranquilamente pedir para que não se fizesse ali mais motocross,até porque desde que cheguei até relutantemente me despedir não parei de ver pessoas,entre adultos e muitas crianças ,a usufruir tranquilmente do local,cumprindo a tradição do dia da espiga.
Entre a construção de um galinheiro,feito e estratégicamente colocado como manda a permacultura,os amigos do casal que iam passando na azáfama da espiga,a Sofia,companheira de sempre do xico, os dois filhotes,a Noa e o Tomé, os cães,e as duas novas habitantes do Caldeirão,duas galinhas (a canja e a cabidela) que o Xico comprou quando saiu do seu "trabalho/emprego" atual (instrutor de surf) lá começamos a entrevista própriamente dita.

1-Pergunta-O que é a Permacultura?
Resposta-É um sistema de planeamento da vida.É partilha entre a natureza e entre os índividuos.Um dos pilares da permacultura é a dádiva do excesso de produção.Dás e recebes,e isto não têm de ser necessáriamente num sistema de troca directa, o que não têm lôgica é deixar apodrecer,ou estragar os produtos.Há imensas definições,para mim é planear a vida de acordo com a natureza.

2-Pergunta-Por que Permacultura?
Resposta-A permacultura dá-nos uma solução para o Planeta,e consequentemente uma solução para o futuro dos nossos filhos.

3-P-O planeta agradece?
R-É uma das soluções para o Planeta.O grande problema do petróleo,ou a falta dele, o problema da extracção desenfreada do chamado sangue negro é uma das grandes contemplações da permacultura onde todo o trabalho no terreno é efectuado sem o mínimo consumo de petróleo.

4-P-O permacultor sente-se numa missão?
R-Sim,eu sinto.Fala-se imenso nisso.A minha vida ganhou mais sentido.Os meus colegas instrutores de surf sonham ,e vão para a Indónesia com o dinheiro ganho no fim da temporada,épa eu também gostava mas o que me faz sentido neste momento é isto,este trabalho que estou a desenvolver em prol dos meus filhos,do Planeta.Isto não é uma crítica a quem vai viajar,liberdade de expressão é outro dos meus pilares,que por acaso também é da permacultura.


5-P-O que quer dizer permacultura?
R-Cultura permanente,Em todos os níveis em que concebo a permacultura;isto é tanto na agricultura como no convívio como na interajuda e por ai vai.É uma cultura em que tanto nos momentos de festa como nos outros, quando há necessidade, valoriza a permanente ajuda,o estar disponível.


6-P-É uma doutrina?
R-Não com a conotação negativa que esse termo trás,por vezes, associada.Há espaço para todos e para todas as ídeias.O que é bom para ti pode não ser bom para mim ou para o terreno que estou a cultivar.
É na calma da troca de opiniões que se faz a luz.


7-P-Não sendo doutrinária é inegavél que têm toda uma filosofia subjacente que transcende a mera agricultura,acroecologia ou agricultura biolôgica.Sais do campo e deixas de ser permacultor?
R-Não.É uma atitude perante a vida.Não és somente um agricultor no sentido estrito da palavra.Trazes sempre contigo uma "preocupação"ambiental e do ambiente no sentido de convivio.Por exemplo,se os jardins das camâras municipais fossem transformados em hortas comunitárias, acontecia uma poupança enorme na água utilizada nas regas (a relva por exemplo exige enormes quantidades de água para ter o aspecto fresco e viçoso), além de todo o convivio saudável que essa medida proporcionaria as populações, criando elos de interesse comuns entre as pessoas, aproximando-as,já para não falar na comidinha saudável a que tinham acesso.Ainda a propósito de água, ja pensaste no que se aproveitava de água quando chove se,se aproveitassem as calhas ja existentes nas casas e prédios,para a reconduzir?Bastavam umas pequenas modificações.É este tipo de coisa que trazes contigo e te leva a olhar para tudo de modo diferente.


8-P-Quando introduzi a palavra "permacultura" no motor de busca,na net,apareceram-me coisas como: "...é um método holistico....", "mandala da permacultura", "...tomar responsabilidade pela sua existência....","Os pilares da permacultura são:cuidado com a terra, cuidado com as pessoas, repartir os exedentes" etc. São conceitos que nos reportam a ambientes como os do budismo, do yoga, movimentos de uma nova vaga de espiritualidade,movimentos neohippies e por ai vai.A permacultura é uma fusão de todos estes conceitos e movimentos?Também uma parte bastante expressiva da população interessada na permacultura é referente a estes meios.Como explicas essa interdisciplinariedade?
R-Sim.Desses e ainda outros.Bill Mollison (o pai da permacultura) viajou aproximadamente 30 anos pelo mundo recolhendo em vários ambientes variadas técnicas e formas de estar,fundindo o melhor que ia encontrando.Isto de certo modo reflecte o constante dinamismo cíclico que a natureza e o seres estão sujeitos,e a sua integração ao melhor que cada um deles nos pode proporcionar tendo em vista a total harmonia com o planeta,fazendo de tudo isto um organismo único.
Em relação á interdisciplinariedade parece-me que nesses meios é onde encontras pessoas com maior sensibilidade ao problema do Planeta.Têm a ver com uma nova,e necessária consciência planetária-


9-P-O discurso yogue "somos todos um único ser" faz então sentido na permacultura?
R-Completamente.Só faz sentido.Somos um todo.Permacultura é a cultura da totalidade,do todo,e nós seres humanos desligamo-nos disso.A permacultura é um remédio para a falta de humanidade.


10-P-Achas que é um modismo,uma moda passageira?
R-Espero que não,tenho medo que sim.Encontras muitos teóricos,gente que fala muito e pratica pouco ou nada.Não me compreendas mal,passar ensinamentos aos outros,principalmente quando são coisas úteis e comprovadas é ótimo,que hajam cada vez mais desses teóricos,agora,já encontrei gente com opinião de aumentar os preços dos cursos de formação e informação sobre  a permacultura como medida seleccionatória de pesssoas.


11-P-Neste momento dirias que a perma está num movimento em fase crescente,descendente ou estagnado em termos de popularidade?
R-Tanto quanto me é dado a preceber eu diria crescente.Até pelos meus amigos eu recebo esse feedback.Há uns anos quando começei a falar nisto a idéia geral era que me tinha passado dos carretes(risos).Agora quando me vêm fazer uma visita já levam uma alfacezinha para casa (mais risos).


12-P-Os "espertalhões" de plantão já tão de olhos postos na perma para facturar?
R-Sim.Já se aproveita este nicho de mercado para facturar;alguns cursos extra valorizados etc, etc.


13-P-Como é isso de juntar o ensinamento antigo a novas têcnologias?
R-É bem vinda a tecnologia não pluente e autosusentável.Agora tudo aquilo que se utiliza do petróleo por exemplo...o problema do petróleo é enorme,para já vai acabar e a factura de deixar espaços vazios no subsolo para criar espaços na atomosfera,tipo a poluição,o buraco de ozono,etc, vai ser enorme.


14-P-O planeta ainda têm esperança?Tempo?
R-Sim.Se não acreditasse não estava a fazer isto,estava na Indonésia com a família a apanhar altas.


15-P-O que é o manejamento ecolôgico do solo?
R-Eu estou constantemente a "criar mais terra",humus,a formar novo solo.Este é o objectivo.O objectivo não é mexer e remexer a terra,não fazes nada ou o mínimo possivél nesse sentido.


16-P-Quais os maiores desafios que o permacultor enfrenta para alcançar uma agricultura socialmente justa e ecolôgicamente correta?
R-Ciclos.Têns a altura certa para plantar morangos ou batata por exemplo,que pôr acaso é a altura certa para o organismo humano consumir esses produtos.Está tudo interligado.Nesse sentido combater o modismo de consumir tudo em qualquer altura do ano,completamente anti-natura,e arranjar bastantes variedades antigas de sementes são desafios enormes.Épa é restaurar o antigo, não deixar morrer as coisas.


17-P-Estou a pensar em agricultura de escala.É possivél obter maior produtividade preservando a qualidade e também o meio ambiente?
R-Sim é possivél mas não é esse o objectivo.A ideia é no maximo,em caso de exedentes abastecer os mercados locais não as grandes superfícies.Start small é um conceito utilizado na permacultura, que se encaixa perfeitamente em todas as suas nuances.É uma outra dinámica de chegar ao todo.(por momentos fui transportado para os himalayas onde estava a ouvir um mestre yogue:))



18-P-Qual é a posição do estado,do ministério da agricultura perante a permacultura?Existe algum tipo de subsidio,alum tipo de apoio?
R-Não há posição nem do ministro,António Serrano, nem de nada.É como se não existisse cá em Portugal.Aposta-se na importação de produtos deslavados sem gosto e quimicócontaminados.


19-P-Existem muitas quintas,ecovilas, em Portugal?E no Mundo?
R-Existem muitas Mundo afora e começa a haver em Portugal.Existem food forests (floresta de comida é um nome porque simbólicamente é conhecida tambem uma quinta de permacultura) implementados com 30 anos de resultados a provar que é possivel.

20-P-Existe um "slogan" ecolôgico que diz:if it was yellow let it smellow if it was brown flush it down",especificamente relacionado com a falta de água e com a pegada ecolôgica de cada individuo.Queres comentar?
R-Diria que a urina é um bom insecticida e fertilizante e que as fezes são estrume.As excreções de um individuo saudavél reflectem exatamente essa opção de vida ao passo que as de alguém que se alimenta e se cuida mal demonstram exatamente essa posição.Existe bom e mau estrume.É exatamente a lôgica dos redis de gado que iam mudando de posição para adubar e estrumar toda a extensão de terra.


21-P-Como é que o cooperativismo vê a permacultura?
R-Essa é a cara,que não têm cara, a combater.É o oposto.Abastecer o comércio local é o oposto da globalização que visa o lucro desenfreado a qualquer custo.


22-P-E as semente monsanto?
R-A semente monsanto não germina.Isso quer dizer que para a proxima semeadura têns de comprar mais.Além disso cobre todas as outras polinízações que possam acontecer num raio de acção ainda bastante acentuado.É o homem a querer ser Deus.A permacultura quer a polinízação aberta,Mas não é só a monsanto,essa foi a que ficou mais conhecida,á mais.


23-P-Voltando a uma esfera mais pessoal,já nos conhecemos há uns anitos portanto sei que és surfista de coração e que a tua formação escolar passou por uma escola agrícola.Como apareceu a permacultura na tua vida?Estableces alguma relação da perma com o surf?Como interligas as coisas?
R-Sempre tive o sonho de ter uma terra.Ainda nem sabia o que era permacultura e já só dava blota aos porcos.Um belo dia a Sofia descobriu umas coisas na net,era a perma.Foi o fio de luz que uniu o sonho com a saúde familiar.O surf e a perma são ambos a mesma coisa, união com a natureza.O ano passado dei por mim tão envolvido com a perma, a ir buscar lá tanta compensação,ou seja integração com a mãe natureza, que a viver encostado ao mar surfei umas 10 ou 15 vezes(risos).


24-P-E em relação ao crescimento pessoal,como ser humano consciente, a permacultura  têm tido alguma influência nesse campo?
R-Cresci muito nesse campo.talvez por analogia.Era uma pessoa agressiva,agora sinto-me muito mais calmo,mais feliz.Esta constante interacção com a terra,este retomar da ligação com a natureza,que no surf também têns, mas o facto de cultivares,veres crescer...É como te disse surfei umas 10 vezes o ano passado.


25-P-Achas que o Gandhi foi um dos mais famosos permacultores?
R-(risos)Mas sim,acho.


26-P-É comum o permacultor ser vegan ou vegetariano?
R-Épa eu acho que se come muita carne.Não podes generalizar.Não se pôde dizer que,em traços gerais,para seres permacultor têns de ser vegetariano.


27-P-Como é que foi a adaptação da família,do núcleo duro familiar, á permacultura?
R-O projecto é muito trabalhoso.Há muita interajuda e isso ainda reforça mais os laços familiares.O projecto é familiar.


28-P-Como é que faço se viver num apartamento e não tendo espaço quero dedicar-me a permacultura?
R-Permacultura é consciência.Á livros e material editado sobre permacultura urbana.Podes por exemplo na varanda ganhar espaço empilhando as prateleiras com os produtos ,quais jardins flutuantes,não ficas autosuficiente mas,start small.Podes poupar água nos autoclismos,torneiras a pingar,banhos de imersão,fechar a torneira enquanto lavas os dentes ou fazes a barba..etc etc.A permacultura pode ser feita em todo o lado.Estive a ver umas coisas que fizeram a partir de um deserto de ficar de boca aberta.um óasis a partir da areia e do sol escaldante.Acho até que encontras isso na net.


29-P-Aconselhas alguns autores a quem queira tomar contacto, ou aprofundar sobre permacultura?
R-A maior parte da literatura é em inglês.Bill Mollison,australiano,têm coisas publicadas em Portugûes do Brasil.Encontras bastante material publicado em Brasileiro,mas a literatura  do Bill é a Biblia(risos).


30-P-Concelhos que possas deixar a quem estiver interessado em saber mais sobre permacultura?
R-Pesquisem na internet,mas uma pesquisa cuidadosa e séria.Dirijam-se a associações ou a pessoas individuais e façam as perguntas que acharem necessárias,um verdadeiro permacultor terá todo gosto em vôs elucidar.Começam a existir com alguma regularidade workshops e cursos de introdução ou aprofundamento a permacultura.

31-P-Para terminar queres dizer algo?
R-Pesquisem e evoluam,mas essencialmente durante o processo divirtam-se.


Como é que uma entrevista sobre permacultura vêm parar a um blogg dedicado ao yoga,pode ser a pergunta de alguns leitores.No meu ponto de vista yoga é união,como a raiz da própria palavra sugere,mas caso o leitor necessite de um ponto de partida pode pegar em ahimsa,um dos primeiros valores ético/morais prescritos em todas as linhas yogues.Ahimsa é não violência e uma porta de entrada para o amor universal.
Um swami bastante conhecido,swami Dayananda compartilha conosco uma experiência bastante elucidativa,que copiei do site "yoga pro":
"Quando você se preocupa pelo meio-ambiente, por exemplo, por menor que seja a ação que você faz, ela tem um eco, tem um resultado.
Quando eu era criança e morava num vilarejo do interior de Tamil Nadu, eu costumava andar pelas plantações, à pedido da minha mãe, que dizia que as plantas tinham que me ver, tinham que me sentir.
Ela dizia que eu tinha que cuidar, tinha que me preocupar com o bem-estar das plantas daquele lugar, que era nosso.
Essa tarefa que ela me encomendava é uma expressão de amor, ela me ensinou a amar as plantas dessa maneira. Ela tinha razão: era muito sensível, simples e tinha valores. Isso foi importante para minha formação."
Neste nível de consciência, só existe união se existir amor,e amor é ,também, não-violência.Não violentares o Planeta é uma alta expressão de respeito e de amor,por ti e pelos outros.
Resta acrescentar que o Francisco realiza um trabalho ativo também no campo da divulgação e instrução da permacultura,tendo trazido a Portugal alguns woorkshops com ativistas da perma,e estando presentemente a facultar um curso teórico/prático na ANIMAR,na Praia da Areia Branca.


                                                                                               OM TAT SAT