Monday, October 31, 2011

HANUMAN O FILHO DO VENTO



O Ramayana é um legado que nos chega da antiguidade.Este extraordinário épico da literatura sagrada da Índia antiga escrito pelo sábio Valmiki, tanto pode ser um relato histórico como o fruto duma imaginação prodigiosa.A verdade ficou perdida nos anais do tempo.
O facto é que a N.A.S.A. através de satélite encontrou factos relatados no épico,a ponte que foi construida pelo exercíto de shri Rama e que lhe premitiu a travessia até ao sri lanka, exatamente no local apontado e com as mesmas dimensões.
Também escavações arqueológicas em Ayodhya (capital do reino de príncipe Rama) revelaram as fundações de grandes complexos palacianos,exatamente na área em que,comunmente,se atribui o nascimento de príncipe Rama,um avatar de Vishnu.
Também se deixarmos a imaginação voar um pouco conseguimos estabelecer relações entre certos relatos do épico e algumas lendas que ainda se contam em tribos indígenas,em algums pontos do globo.
Mas deixemos toda esta polémica que serviu de introdução, a quem de seu direito e debruçemo-nos sobre Hanuman,filho de Marut o Deus do vento e sobre,seja ele história ou ficção poética,a intemporalidade do seu simbolismo.
Hanuman,avatar de Shiva é recordado com grande afeto e admiração por seus devotos,admiradores ou simplesmente simpatizantes,que são umas boas centenas de milhares espalhados, por todo o mundo.
Hanuman é um sinonimo de Tapas,de sacrificio,a sua devoção e amizade por shri Rama não tinha limites.A famosa expressão "uma fé que move montanhas" toma nova dimensão com Hanuman que transporta uma montanha do himalaya para salvar a vida de Lakshman,irmão de Rama.
Também foi Hanuman que localizou Sita,a amada de Rama,raptada por Ravana chefe dos rakshasas (demónios) e mantida em cativeiro no sri lanka.
Hanuman é um completo cavalheiro.
Reune em si virtudes como: coragem,força,ternura,erudição,humildade,sabedoria,serviço e lealdade incondicionais.
Rama,o simbolo de o homem ideal,como projetado por Valmiki,têm uma admiração profunda pelo alto grau de cultura e estatuto moral de Hanuman.
Hanuman é o simbolo do discípulo perfeito (chela),como disse Rama "o mestre que possui um discípulo assim é realmente abençoado".
Quando lemos ou ouvimos falar em gurus,discípulos,assim como outros ícones da cultura hindu,temos de prescindir da mente ocidental,e preceber estes conceitos á luz do oriente, para podermos entender a riqueza conceitual e tradicional encerrada neles.
Hanuman é adorado como uma encarnação perfeita de força,auto-controle,sacrificio,e suprema devoção.
Hanuman e altruismo são sinónimos.
Também no Mahabharata,outro legado da Mãe Índia á humanidade,aparece uma alusão a Hanuman.
No seu mais célebre canto,o Bhagavad-gita,a bandeira da carruagem de guerra de Arjuna,conduzida por shri Krishna também ele um avatar de Vishnu,têm a estampa de Hanuman.
Será de estranhar que certas virtudes e qualidades sejam louvadas e cantadas,como se o seu lugar fosse num eterno presente?
Prece-nos que perante a crise de valores que a humanidade presentemente atravessa,onde se admiram tantos falsos idolos,prestar homenagem a Hanuman seja ele um personagem mitíco ou histórico é,pelo menos,um ato de bom senso.

                                                                   JAYA HANUMAN

Friday, October 28, 2011

UM FELIZ DIWALI A TODOS !

Numa recente "surfada" pela net, num dos spots que mais gosto de frequentar, a "Casa Ganapati" encontrei um post sobre o Diwali.
O saber muito pouco sobre o tema,que era nesta altura do ano,que se associava Lakshmi á festividade, etc. etc, despertou-me a curiosidade o suficiente para continuar a surfada pela net,desta feita com um objectivo traçado, o Diwali.
Dentro dos muitos artigos e posts que encontrei sobre o tema,este publicado pela ammabrasil é tão rico de informação que não resisti a compartilha-lo com os leitores do "kavi sadhana".
O único mérito que me pode ser atribuido em relação a este artigo é o de o ter copiado,pois tanto a inspiração como o post própriamente dito,não me pertencem.
Ainda assim,quero aproveitar para desejar um feliz Diwali a todos.
Que possa Lakshmi cobrir-nos com suas bençãos.


Comemoração do Diwali – Ano Novo Indiano


DIWALI
O Deepavali ou Diwali, que literalmente significa “fileira de luzes”, é um dos quatro principais festivais da Índia.
Diwali é o festival de luzes e ocorre na Lua Nova. A celebração acontece na noite mais escura do outono, o dia de Lua Nova, marcando a transição entre a Lua Minguante com a Lua Crescente, a passagem das trevas para a luz.
Tradicionalmente pequenas lâmpadas de argila com óleo são acesas para representar o triunfo do bem sobre o mal. Somos lembrados de que a centelha de luz divina que habita em todos os nossos corações.
É também a festa para comemorar a prosperidade e a riqueza. Todos são incentivados a comprar todas as coisas novas: roupas, jóias, carros, utensílios de cozinha … é só escolher! Riqueza é móvel e não estática.
Há também uma abundância de doces para comer representando doçura e amor.
Diwali é o tempo em que convidar e receber a luz divina. Este é o momento para convidar a prosperidade e a responsabilidade para com ele. Deus não é pobre. O ouro é divino, pois tem uma vibração especial e é o padrão universal de riqueza e prosperidade.

                                                      A mensagem de Diwali 

O nome tradicional da Índia é Bharata e os indianos são Bharatias – ou ‘aqueles que se deleitam em luz’. Durante a noite de Diwali, inumeráveis pequenas lamparinas de barro (diyas) silenciosamente enviam adiante a mensagem de Diwali: “Venha, deixe-nos remover a escuridão da face da terra”.
O dharma (dever) do fogo é o mesmo onde quer que esteja: na casa de um homem pobre, de um homem rico, na América, na Antártica, ou no Himalaia. Dar luz e calor. A chama sempre aponta para cima. Ainda que mantenhamos a lâmpada de cabeça para baixo, a chama queimará para cima. A mensagem é que nossa mente deve estar focalizada no Atman, o Ser, onde quer que nós estejamos. As lâmpadas lembram-nos de nosso dharma – compreender nossa natureza divina.

“O Ser é pura consciência que é auto-luminosa. A cognição de todos objetos surge da luz de pura Consciência “. – Bhrihadaranyaka Upanishad.

Uma lâmpada pode acender vários outras. Você mesmo pode acender 1000 lâmpadas, e ainda a chama e a luz da primeira lâmpada permanecerá como é. Ao multiplicar-se, a luz nada perde. As luzes de Diwali representam Brahman e a criação.
Passando a mensagem do mantra:

“Purnamada Purnamidam Purnaat Purnamudachyate Purnasya Purnamadaya Purnamevasishyate”

As filas de lâmpadas ensinam mais outra importante lição de união. A luz que brilha no Sol, na lua, nas estrelas, e no fogo são todas as mesmas. Ver e reconhecer aquela luz, a luz da Consciência, que se manifesta e pulsa em e por toda criação é a meta da vida. Assim, reconhecendo toda criação como uma expressão do seu Verdadeiro Ser, espalhe a luz de amor e compaixão.
As luzes de Diwali são exibidas nas portas de entrada, pelas paredes das casas, nas ruas e alamedas. Isso significa que a luz espiritual interior do indivíduo deve ser refletida do lado de fora. Deve beneficiar a sociedade. Assim, um transeunte pode ser ajudado a prevenir de tropeçar no caminho de alcançar seu destino.
Alimentar os estômagos vazios de quem tem fome, acender diyas de festança e trazer à luz àqueles que vivem na escuridão é o verdadeiro espírito de Diwali. Esta é a verdadeira oração.

                                                       As Lendas de Diwali
Retorno de Rama a Ayodhya

Dhanteras
As escrituras mencionam a divindade chamado Dhanvantari que emerge do oceano segurando um kalash (pote) cheio de Amrit (ambrosia). Devido ao fato que Dhanvantari, que revelou a ciência do Ayurveda ao mundo, manifestou-se primeiramente neste dia, médicos por toda Índia, que seguem o sistema de medicina ayurvédica, organizam celebrações durante o festival anual de Dhanvantari.
Naraka Chaturdashi
Existe uma lenda sobre rei de Prag-Jyotishpur, chamado Narakasura. Era um rei poderoso que abusou de seu poder para atormentar seus súditos. Sri Krishna destruiu este rei asura (demônio) opressivo neste dia. Pessoas que são injustamente presas celebraram sua liberdade com os amigos e família. E os cidadãos celebraram sua libertação do reinado de Narkasura acendendo lâmpadas.
Sri Rama
Diwali cai numa noite sem lua – aliás, o dia mais escuro do ano. As iluminações e fogos de artifício, alegria e festividades, simbolizam a vitória das forças divinas sobre os poderes de escuridão. No dia de Diwali, conta-se que o triunfante Sri Rama retornou a Ayodhya depois de derrotar Ravana, o rei asura de Sri Lanka.
A Deusa Lakshmi Devi
O Puranas diz que neste dia, a Deusa Lakshmi, que emergiu do oceano de leite (Ksheera Sagara), casou-se com o Senhor Vishnu, o repositório de todas qualidades divinas.
Govardhana Puja
Para proteger as gopis e gopas e suas vacas das chuvas torrenciais enviadas por Indra, Krishna levantou com o seu dedo uma colina perto de Mathura, chamada de Govardhana, e protegeu todas as pessoas durante um período de sete dias sob ele. Com isto, Indra viu a grandeza de Krishna e pediu perdão.
Bhaiyya Dooj
O rio Yamuna e Yama – o Deus da Morte, eram irmão e irmã. Ao crescerem, seguiram diferentes caminhos. Neste dia, Yama supostamente visitou seu irmã Yamuna, que em sua alegria ao ver seu irmão depois de um longo período, dedicou uma festa para ele. Contente, Yama concedeu-a uma bênção. Declarou que qualquer homem que recebesse um tilak ou marca vermelha na testa da sua irmã, e que amavelmente a oferecesse presentes neste dia, atingiria mundos mais altos.

                                                     A celebração de Diwali

Começando no dia 12 do mês de Kartika (de acordo com o calendário lunar indiano) pode durar seis dias . No dia anterior ao Diwali, as mulheres fazem jejum para evocar a graça de Deus. Isso não quer dizer que Deus deseja nos ver faminto ou sente prazer com nosso sofrimento – o princípio aqui, é que só se ganha algo ao se abandonar algo. Nessa noite, devotos adoram Gomata (a vaca sagrada) e seu bezerro, oferecendo alimento especial. As mulheres oram para o bem-estar da família inteira. Este dia sagrado é chamado Vasubaras.
O primeiro dia oficial de Diwali cai no 13º dia de Kartika. As pessoas se põem a limpar suas casas e lojas, a decorar soleiras e pátios com ornamentos multi-coloridos. Compram ornamentos de ouro, vasos, roupas, e outros itens. Os devotos acordam cedo pela manhã antes do Sol nascer e tomam banho de óleo. Se possível, vestem roupas novas. À noite, reverenciam moedas representando a riqueza. As famílias decoram casas e pátios com lampiões dando um brilho aquecedor à noite. Este dia de celebração é chamado Dhantrayodashi ou Dhanteras.
O segundo dia é chamado Naraka Chaturdashi. As pessoas tomam um banho de óleo na primeira manhã e então à noite acendem lâmpadas e fogos de artifício. As pessoas visitam seus parentes e amigos, e oferecem doces e amor.
No terceiro dia, as pessoas adoram Lakshmi, a Deusa de riqueza. As pessoas decoram suas casas com acender lâmpadas ou lampiões para receber Lakshmi em sua casas e corações. Os homens de negócios fecham contas antigas e abrem novas. A terra fica iluminada por lâmpadas e os céus são tingidos pelas luzes multicoloridas de fogos de artifício.
No norte da Índia, o Govardhana Puja acontece no quarto dia de Diwali. Os devotos no norte do país constroem montes feitos de estrume de vaca, simbolizando Govardhana – a montanha que Krishna levantou com o seu dedo para proteger os aldeãos de Vrindavan da chuva – decorando-os. No norte, observa-se este dia como Annakoot, ou a montanha de alimento.
O quinto dia do festival chama-se Bhaiyya Dooj, e celebra costumes raros e divertidos. Cada homem janta na casa da irmã, e em troca, oferece presentes, chamado de Yama Dwitiya. Milhares de irmãos e irmãs dão-se as mãos e tomam um banho sagrado no rio Yamuna.

Fonte-ammabrasil


                                                                       OM TAT SAT

Monday, October 24, 2011

OS YOGA SUTRAS DE PATAÑJALI--VI-KAIVALYAM PADA



KAIVALYAM PADA


JANMA-OSADHI-MANTRA-TAPAH-SAMADHI-JAH SIDDAYAHSAMADHI
1. Poderes sobrenaturais advém com o nascimento, ou são consequidos através de ervas, encantamentos, austeridades ou concentração.
JATI-ANTARA-PARINAMA PRAKRTY-APURAT
2. (A mutação do corpo e dos órgãos para aquele nascido em espécie diferente) acontece através do preenchimento de sua natureza inata.
NIMITTAM APRAYOJAKAM PRAKRTINAM VARANA-BHEDAS TU TATAH KSETRIKAVAT
3. Causas não colocam a natureza em movimento, somente a remoção de obstáculos acontece através delas. Isso é como um fazendeiro quebrando a barreira para permitir o
fluxo de água. (Os obstáculos sendo removidos pelas causas, a natureza penetra por ela
mesma).
SUTRA 4 NIRMANA-CITTANI ASMITA-MATRAT
4. Todas as mentes criadas são construidas a partir do sentido-de- -Eu.
SUTRA 5 PRAVRTTI-BHEDE PRAYOJAKAM CITTAM EKAM ANEKESAM
5. Uma mente (principal) direciona as várias mentes criadas na variedade de suas
atividades.
TATRA DHYANA-JAM ANASAYAM
6. Delas (mentes com poderes sobrenaturais) as obtidas através da meditação não têm
impressões subliminares.
KARMA-ASUKLA-AKRSNAM YOGINAS TRIVIDHAM ITARESAM
7. As ações do Yogui não são nem brancas, nem pretas, enquanto as ações dos outros são de três tipos.
tatas tad-vipaka-anugunanam eva abhivyaktir vasananam
8. Então (das três variedades de karma) manifestam-se as impressões subconscientes
apropriadas às suas consequências.
JATI-DESA-KALA-VYAVAHITANAM APY ANTANTARYAM SMRTI-AMSKARARAYOR EKA RUPATVAT
9. Em função da semelhança entre a memória e suas impressões latentes correspondentes, as impressões subconscientes dos sentimentos aparecem simultaneamente, mesmo quando são separadas por nascimento, espaço e tempo.
TASAM ANADITVAM CA ASISO NITYATVAT
10. Desejo de bem-estar sendo eterno, segue-se que a impressão subconsciente da qual ele advém deve ser sem começo.
HETU-FALA-ASHRAYA-ALAMBANAIHA SANGRAHIITATVAT ESHAM ABHAVE TAD-ABHAVAH
11. Em função de serem mantidas juntas pela causa, resultado e objetos suportes, quando isso se ausenta, as Vasanas desaparecem.
ATITANAGATAM SVARUPATO 'STY ADHVA-BHEDAD DHARMANAM
12. O passado e o futuro são em realidade, presente, em suas formas fundamentais, tendo diferenças apenas nas características das formas tomadas em tempos diferentes.
TE VYAKTA-SUKSHMAH GUNATMANAH
13. Características, que são presentes em todos os tempos, são manifestas e sutis, e são
compostas das três Gunas.
PARINAMAIKATVAD VASTU-TATTVAM
14. Em função da mutação coordenada das três Gunas, um objeto aparece como uma
unidade.
VASTU-SAMYE CHITTA-BHEDAT TAYOR VIBHAKTAH PANTHAH
15. Apesar da semelhança entre os objetos, em função de haverem mentes separadas, eles (os objetos e seu conhecimento) seguem caminhos diferentes, essa é a razão deles serem inteiramente diferentes.
NA CA-EKA-CITTA-TANTRAM VASTU TAD-APRAMANAKAM TADA KIM SYAT
16. Objeto não é dependente de uma mente, porque se assim fosse, o que aconteceria quando ele não fosse mais cognizado por esta mente?
TAD-UPARAGAPEKSITVAC CITTASYA VASTU JNATAJNATAM
17. Objetos externos são conhecidos ou desconhecidos para a mente na medida em que
colorem a mente.
SADA JNATASTH CITTA-VRITTAYAS TAT-PRABHOH PURUSHASYAPARINAMITVAT
18. Em função da imutabilidade de Purusha, que é mestre da mente, as modificações da
mente são sempre conhecidas ou manifestas.
NA TAT SVABHASAM DRISHYATVAT
19. Ela (a mente) não é auto-iluminada, sendo um objeto (conhecível).
EKA-SAMAYE CHOBHAYANAVADHARANAM
20. Além disso, ambos (a mente e seus objetos) não podem ser cognizados
simultaneamente.
CITTANTARA-DRISYE BUDDHI-BUDDHER ATIPRASANGAH SMRITI-SANSKARAS CA
21. Se a mente fosse iluminada por uma outra mente, então haveria repetição ad infinitum de mentes iluminadas e inter-mistura de memória.
CITER APRATISANKRAMAYAS TAD-AKARAPATTAU SVABUDDHI-SANVEDANAM
22. (Portanto) Intransmissível, a Consciência metempirica, refletindo sobre Buddhi torna-se a causa da consciência de Buddhi.
DRASHTRI-DRISHYOPARAKTAM CITTAM SARVARTHAM
23. A matéria mental sendo afetada pelo Observador e o observado, torna-se todacompreensiva.
TAD ASANKHYEYA-VASANABHISH CHITRAM API PARARTHAM SANHATYA-KARITVAT
24. Ela (a mente) apesar de marcada pelas inimeráveis impressões subconscientes, existe para um outro, desde que age conjuntamente.
VISESA-DARSHINA ATMA-BHAVA-BHAVANA-VINIVRITTIH
25. Para aquele que conheceu a entidade distinta, isto é Purusha, inquirição sobre a natureza do próprio Ser, cessa.
TADA HI VIVEKA-NIMNAM KAIVALYA-PRAGBHARAM CITTAM
26. (Então) A mente se inclina ao conhecimento discriminativo e naturalmente gravita em direção ao estado de liberação.
TACH-CHIDRESHU PRATYAYANTARANI SANSKAREBHYAH
27. Através de suas ramificações (isto é, quebras no conhecimento discriminativo) surgem outras flutuações da mente devido às impressões latentes (residuais).
HANAM ESHAM KLESHAVAD UKTAM
28. Tem-se dito que sua remoção (isto é, das flutuações) segue o mesmo processo da
remoção das aflições.
PRASANKHYANE 'PY AKUSIDASYA SARVATHA VIVEKA-KHYATER DHARMA-MEGHAH SAMADHIH
29. Quando o indivíduo torna-se desinteressado mesmo pela onisciência, ele adquiri
iluminação discriminativa perpétua de onde vem a concentração conhecida como Dharmamegha (nuvem que despeja virtude).
TATAH KLESHA-KARMA-NIVRTTIH
30. A partir disso, aflições e ações cessam.
TADA SARVAVARANA-MALAPETASYA JNANASYANANTYAJ-JNEYAM-ALPAM
31. Então em função da infinitude do conhecimento, livre da cobertura das impurezas, os objetos conhecíveis aparentam poucos.
TATAH KRITARTHANAM PARINAMA-KRAMA-SAMAPTIR GUNANAM
32. Depois de sua emergência (nuvem que despeja virtude) as Gunas tendo cumprido seu propósito, a sequência de suas mutações cessam.
KSHANA-PRATIYOGI PARINAMAPARANTA-NIRGRAHYAH KRAMAH
33. O que pertence aos momentos e é indicado pelo término de uma mutação particular, é sequência.
PURUSARTHA-SUNYANAM GUNANAM PRATIPRASAVAH KAIVALYAM SVARUPA-PRATISTHA VA CITI-SAKTIR ITI
34. O estado do Ser-nele-mesmo ou liberação, realiza-se quando as Gunas (tendo promovido experiência e liberação para Purusha) não têm mais propósito a cumprir e desaparecem em sua substância causal. Em outras palavras, é Consciência absoluta estabelecida em seu próprio Ser

Fonte-Laisa Boaventura


Kaivalyam pada,o capitulo sobre a libertação é o último desta consisa,que como já referi é um apanágio dos sutras,mas monumental obra de Patañjali.Cada frase,ou palavra não se esgota de significado.Neste sentido,e apesar de conter passos bem precisos,esta é uma obra aberta,assim como o universo que no seu constante dinamismo não fecha portas,ou sequer têm lugar para cristalizações. Terá sido essa abertura,disciplinada,a razão para que os sutras chegassem aos dias de hoje plenamente atuais?Ao sincero buscador da verdade cabe levar esses sutras para o coração e deixar que a intuição explane sobre eles.
Poderá haver algo mais urgente do que sermos aquilo que somos na eternidade?

                                                                     OM TAT SAT

 

Thursday, October 20, 2011

OS YOGASUTRAS DE PATAÑJALI--III-VIBHUTI PADA



Vibhuti Pada


DESA BANDHAS CITTASYA DHARANA
1. Dharana é a fixação da mente (Chitta) em um ponto particular no espaço.
TATRA PRATYAYA-EKATANATA DHYANAM
2. Nela (Dharana) o fluxo contínuo de modificação mental similar é chamado Dhyana ou meditação.
TAD EVA-ARTHA-MATRA-NIRBHASAM SVARUPA-SUNYAM IVA SAMADHIH
3. Quando o objeto da meditação sozinho brilha na mente, como que desprovido até mesmo do pensamento do'Eu' (que está meditando), este estado é chamado Samadhi ou concentração.
TRAYAM EKATRA SAMYAMAH
4. Os três juntos no mesmo objeto é chamado Samyama.
TAJ-JAYAT PRAJNA-ALOKAH
5. Dominando isto (Samyama) a luz do conhecimento (Prajna) emerge.
TASYA BHUMISU VINIYOGAH
6. Ela (Samyama) deve ser aplicada aos estágios (da prática).
TRAYAM ANTARANGAM PURVEBHYAH
7. Estas três práticas são mais associadas do que as mencionadas anteriormente.
TAD API BAHIRANGAM NIRBIJSYA
8. Isso também (deve ser visto) como externo com relação a Nirvija ou concentração sem semente.
VYUTTHANA-NIRODHA-SAMSKARAYOR ABHIBHAVA-PRADHURBHAVAU NIRODHA-KSANA-CHITTANVAYO NIRODHA-PARINAMAH
9. Supressão das latências das flutuações e aparecimento das latências do estado de pausa, acontecendo a cada momento de ausência do estado de pausa na mesma mente, é a mudança do estado de pausa da mente.
TASYA PRASANTA-VAHITA SAMSKARAT
10. Continuidade da mente tranquila (no estado de pausa) é assegurado por suas impressões latentes.
SARVA-ARTHATA-EKAGRATAYOH KSHAYA-UDAYAU CITTASYA SAMADHI-PARINAMAH
11. Diminuição da atenção voltada para tudo e desenvolvimento da concentração (onepointedness) é chamado Samadhi-parinama, ou mutação da mente concentrada.
TATAH PUNAH SANTA-UDITAU TULYA-PRATYAYAU CHITTASYAI-EKAGRATA-PARINAMAH
12. Lá (em Samadhi) ainda (no estado de concentração) as modificações passadas e resentes sendo similares é Ekagrata- parinama, ou mutação do estado estável da mente.
ETENA BHUTA-INDRIYESU DHARMA-LAKSANA-AVASTHA-PARINAMA VYAKHYATAH
13. Assim explica-se as três mudanças, ou seja, dos atributos essenciais ou características, das características temporais, e dos estados das Bhutas e das Indriyas (isto é, todos os fenômenos conhecíveis).
SANTA-UDITA-AVYAPADESYA-DHARMA-ANUPATI DHARMI
14. Aquilo que continua a sua existência, através das várias características, nomeadamente:o inativo, isto é, passado; o emergente, isto é, presente; o imanifesto, (mas que permanece como força potente), isto é, futuro, é o substrato (ou objeto caracterizado).
KRAMA-ANYATVAM PARINAMA-ANYATVE HETUH
15. Mudança de sequência (das características) é a causa das diferênças mutativas.
PARINAMA-TRAYA-SAMYAMAD ATITANAGATA-JNANAM
16. Conhecimento do passado e do futuro pode advir de Samyama sobre as três Parinamas (mudanças).
SHABDARTHA-PRATYAYANAM ITARA-ITARA ADHYASAT SAMKARAS TAT-PRAVIBHAGA-SAMYAMAT SARVA-BHUTA-RUTA-JNANAM
17. Palavra, objeto implicado, e idéia correspondente, produz uma impressão unificada. Se Samyama for praticada em cada um separadamente, conhecimento do significado dos sons produzidos por todos os seres, pode ser adquirido.
SAMSKARA-SAKSHATKARANAT PURVA-JATIJNANAM
18 Pela realização das impressões latentes, conhecimento dos nascimentos prévios é adquirido.
PRATYAYASYA PARA-CHITTA-JNANAM
19. (Pela prática de Samyama) em noções, conhecimento de outras mentes é desenvolvido.
NA CHA TAT SALAMBANAM TASYAVISHAYI-BHUTATVAT
20 O suporte (ou base) da noção não se torna conhecido, porqueeste não é objeto de observação (do yogui).
KAYA-RUPA-SAMYAMAT TAD-GRAHYA-SHAKTI-STAMBHE CHAKSHUH-PRAKASHASANPRAYOGE 'NTARDHANAM
21. Quando a capacidade de percepção do corpo é suprimida pela prática de Samyama em seu caracter visual, desaparecimento do corpo é efetivado, por ficar ele além da esferea de percepção do olho.< BR>
sopakramam nirupakramam cha karma tat-samyamad aparanta-jnanam arishtebhyo va
22. Karma pode ser rápido ou lento em sua frutificação. Pela prática de Samyama no Karma, conhecimento da morte pode ser adquirido.
SOPAKRAMAM NIRUPAKRAMAM CHA KARMA TAT-SAMYAMAD APARANTA-JNANAM ARISHTEBHYO VA MAITRY-ADISHU BALANI
23. Através de Samyama sobre a amizade, e outras virtudes similares, obtem-se força.
BALESU HASTI-BALA-ADINI
24. (Pela prática de Samyama) na força (física), a força de elefantes etc, pode ser adquirida.
PRAVRITTI-ALOKA-NYASAT SUKSHMA-VYAVAHITA-VIPRAKRISHTA-JNANAM
25. Aplicando a luz efulgente da percepção superior (Jyotismati), conhecimento dos objetos sutis, ou coisas invisíveis ou colocadas a grande distância, pode ser adquirido.
BHUVANA-JNANAM SURYE SAMYAMAT
26. (Praticando Samyama) sobre o sol (o ponto no corpo conhecido como a entrada solar), o conhecimento das regiões cósmicas é adquirido.
CHANDRE TARA-VYUHA-JNANAM
27. (Pela prática de Samyama) sobre a lua (a entrada lunar no corpo), conhecimento do arranjo entre as estrelas é adquirido.
DHRUVE TAD-GATI-JNANAM
28. (Pela prática de Samyama) na estrela Polar, o movimento das estrelas é conhecido.
NABHI-CHAKRE KAYA-VYUHA-JNANAM
29. (Pela prática de Samyama) no plexo do umbigo, advém conhecimento da composição do corpo.
KANTHA-KUPE KSHUT-PIPASA-NIVRITTIH
30. (Praticando Samyama) na traquéia, fome e sede são restringidas.
KURMA-NADYAM STHAIRYAM
31. Calma é alcançada por Samyama no tubo bronquial.
MURDHA-JYOTISHI SIDDHA-DARSHANAM
32. (Pela prática de Samyama) na luz coronal, Siddhas podem ser vistos.
PRATIBHAD VA SARVAM
33. Do conhecimento denominado Pratibha (intuição), tudo torna-se conhecido.
HRIDAYE CHITTA-SAMVIT
34. (Pela prática de Samyama) no coração, conhecimento da mente é adquirido.
SATTVA-PURUSAYOR ATYANTA-SAMKIRNAYOH PRATYAYAVISESAH BHOGAH PARARTHAVAT SVARTHA-SAMYAMAT PURUSA-JNANAM
35. Experiência (de prazer ou dor), vem da concepção que não distingue entre duas entidades extremamente diferentes: Buddhisattva e Purusha. Tal experiência existe para um outro (isto é, Purusha). Esta é a razão de através de Samyama em Purusha (que observa todas as experências e também sua completa cessassão) conhecimento com relação a Purusha ser adquirido.
TATAH PRATIBHA-SRAVANA-VEDANA-ADARSA-ASVADA-VARTAH JAYANTE
36. Portanto (do conhecimento de Purusha), advém Pratibha (intuição), Sravana (poder sobrenatural de ouvir), Vedana (poder sobrenatural de tocar), Adarsa (poder obrenatural de ver), Asvada (poder sobrenatural gustativo) e Varta (p oder sobrenatural de cheirar).
TE SAMADHAV UPASARGA VYUTTHANE SIDDHAYAH
37. Eles (estes poderes) são impedimentos ao Samadhi, mas são (vistos como) aquisições no estado normal-mutante da mente.
BANDHA-KARANA-SAITHILYAT PRACHARA-SAMVEDANACH CHA CHITTASYA
38. Quando as causas do aprisionamento são enfraquecidas, e os movimentos da mente conhecidos, a mente pode entrar em outro corpo.
UDANA-JAYAT-JALA-PANKA-KANTAKA-ADISHU ASANGA UTKRANTIS-CA
39. Conquistando a força vital (da vida) chamada Udana, a possibilidade de imersão em água ou lama e envolvimentos dolorosos, são evitados, e a saida do corpo pela vontade é assegurada.
SAMANA-JAYAJ JVALANAM
40 Conquistando a força vital chamada Samana, efulgência é adquirida.
SROTA-AKASAYOH SAMBANDHA SAMYAMAD DIVIAM SROTAM
41. Através de Samyama na relação entre Akasa e o poder de ouvir, capacidade divina de ouvir é adquirida.
KAYA-AKASHAYOH SAMBANDHA-SAMYAMAT LAGHU-TULA-SAMAPATTEH CA AKASAGAMANAM
42. Através de Samyama na relação entre o corpo e Akasa, e pela concentração na leveza do algodão ou da lã, passagem através do céu é assegurada.
BAHIR AKALPITA VRTTIR MAHA-VIDEHA TATAH PRAKASA AVARANA-KSAYAH
43. Quando a concepção inimaginável pode ser mantida fora, isto é, não conectada com o corpo, é chamada Mahavideha ou a grande desencarnação. Através de Samyama nisso, o véu que cobre a iluminação (de Buddhisattva) é removido.
STHULA SVARUPA SUKSMA ANVAYARTH-ARTHAVATTVA SAMYAMAD BHUTA JAYAH
44. Através de Samyama no denso, no caracter essencial, no sutil, a inerência e a objetividade, que são as cinco formas de Bhutas ou elementos, maestria sobre Bhutas é conseguida.
TATAH ANIMA-ADI-PRADURBHAVAH KAYA-SAMPAT-TAD DHARMA-ANABHIGHATAS CA
45. Então desenvolve-se o poder de minimização assim como outras aquisições corpóreas. Deixa de existir também, resistência a suas características.
RUPA-LAVANYA-BALA-VAJRA-SAMHANANATYANI KAYA-SAMPAT
46. Perfeição do corpo consiste em beleza, graça, força e firmeza adamantinas.
GRAHANA-SVARUPASMITA-ANVAYA-ARTHAVATTVA-SAMYAMAD INDRIYA-JAYAH
47. Através de Samyama na receptividade, caracter essencial, sentido de Eu, qualidade inerente e objetividade dos cinco sentidos, maestria sobre eles é obtida.
TATO MANOJAVITAM VIKARANA-BHAVAH PRADHANA-JAYASH CHA
48. Então advém poderes de movimentos rápidos da mente, ação dos órgãos independente do corpo e maestria sobre Pradhana, a causa primordial.
SATTVA-PURUSA-ANYATA-KHYATI-MATRASYA SARVA-BHAVA-ADHISTHATRITVAM SARVA-JNATRTVAM CA
49. Para aquele estabelecido no discernimento entre Buddhi e Purusha, vem a supremacia sobre todos os seres assim como onisciência.
TAD-VAIRAGYAD API DOSA-BIJA-KSHAYE KAIVALYAM
50. Através da renunciação mesmo disto (conquista de Visoka), vem a liberação em consequência da destruição das sementes do mal.
STHANY-UPANIMANTRANE SANGHA-SMAYAKARANAM PUNAR ANISHTA-PRASANGAT
51. Quando convidado pelos seres celestiais, este convite não deve ser aceito, nem deve ser causa de vaidade, pois envolve a possibilidade de consequências indesejáveis.
KSHANA-TAT-KRAMAYOH SAMYAMAD VIVEKAJAM JNANAM
52. Conhecimento diferenciado do Ser e do não-Ser advém da prática de Samyama no momento e sua sequência.
JATI-LAKSANA-DESAIR ANYATA-ANAVACHCHEDAT-TULYAYOS-TATAH PRATIPATTIH
53. Quando espécie, caracter temporal e posição de duas coisas diferentes são indiscerníveis, elas aparentam iguais, no entanto podem ser diferenciadas (por este conhecimento).
TARAKAM SARVA-VISHAYAM SARVATHA-VISAYAM-AKRAMAN CA-ITI VIVEKA-JAM JNANAM
54. O conhecimento do discernimento é Taraka ou intuitivo, compreende todas as coisas e todo o tempo, e não tem sequência.
SATTVA-PURUSAYOH SHUDDHI-SAMYE KAIVALYAM
55. (Se o discernimento discriminativo secundário é adquirido ou não) quando igualdade é estabelecida entre Buddhisattva e Purusha na sua pureza, liberação acontece.


Fonte-Laisa Boaventura

Ravana a raptar Sita
Amigos leitores aqui está mais um capítulo dos sutras.Desta feita o terceiro,o capítulo dos sidhis,os poderes mágicos.Todos os sábios nos advertem quanto ao perigo que podem representar estes poderes.O apego assim como o uso indiscriminado destes poderes são um entrave á evolução espiritual.Sendo um indicador do progresso do yogui, não são necessáriamente sinónonimo de progresso na senda espiritual; Vide a vida do grande santo tibetano Milarepa que para vingar a sua mãe utilizou esses poderes contra a sua família e aldeia,ou mesmo de Ravana,o asura (demónio) do épico Indiano "Ramayana".
Brevemente editarei o próximo,e último, capítulo dos sutras,até lá boas leituras e melhores práticas.
            
                                                             OM TAT SAT

Sunday, October 16, 2011

OS YOGA SUTRAS DE PATAÑJALI--II-SADHANA PADA







SADHANA PADA


TAPAH-SVADHYAYESVARA-PRANIDHANANI KRIYA-YOGAH
1. Tapas (austeridade ou vigorosa auto-disciplina - mental, moral e física), Svadhyaya (repetição de Mantras sagrados ou o estudo da literatura sagrada) e Isvara-pranidhana (completa rendição a Deus) são Kriya- yoga (yoga em forma de ação).
SAMADHI-BHAVANARTHAH KLESA-TANU-KARANARTHAS CA
2. Este Kriya-yoga (deve ser praticado) para gerar o Samadhi e minimizar as Klesas.
AVIDYASMITA-RAGA-DVESABHINIVESAH KLESAH
3. Avidya (concepção errônea sobre a natureza real das coisas), Asmita (egoismo), Raga (apego), Dvesa (aversão) e Abhinivesa (medo da morte) são as cinco Klesas (aflições).
AVIDYA KSETRAM UTTARESAM PRASUPTA-TANU-VICCHINA-UDARANAM
4. Avidya é o campo de crescimento das outras, sejam elas dormentes, atenuadas, interrompidas ou ativas.
ANITYASUCI-DUKHANATMASU NITYA-SUCI-SUKHATMAKHYATIR AVIDYA
5. Avidya consiste em considerar os objetos impermanentes como permanentes, impuros como puros; miséria como felicidade e o não-Ser como Ser.
DRG-DARSANA-SAKTYOR EKATMATEVASMITA
6. Asmita é equivalente à identificação de Purusha ou Consciência Pura com Buddhi.
SUKHANUSAYI RAGAH
7. Apego é esta (modificação) que segue a lembrança do prazer.
DUKHANASAYI DVESAH
8. Aversão é esta (modificação) que resulta da miséria.
SVARASA-VAHI VIDUSO PI TATHA RUDHO BHINIVESAH
9. Tanto no ignorante quanto no culto, o medo, firmemente estabelecido, da aniquilação, é a aflição chamada Abhinivesa.
TE PRATIPRASAVA-HEYAH SUKSMAH
10, As sutis klesas são abandonadas (isto é, destruidas) cessando-se a produtividade (isto é, desaparecendo) da mente.
DHYANA-HEYAS TAD-VRTTAYAH
11. Seus meios de subsistência ou seus estados densos são evitáveis pela meditação.
KLESA-MULAH KARMASYAO DRSTADRSTA-JANMA-VEDANIYAH
12. Karmasaya, ou a impressão latente da ação baseada nas aflições, torna-se ativa nessa vida ou na vida por vir.
SATI MULE TAD-VIPAKO JATY-AYUR-BHOGAH
13. Na medida em que as Klesas permanecem na raiz, karmasaya produz três consequências nas formas de nascimento, tempo de vida e experiência.
TE HLADA-PARITAPA-PHALAH PUNYAPUNYA-HETUTVAT
14. Por razão da virtude e do vício, essas (nascimento, período e experiência) produzem experiências prazeirosas ou dolorosas.
PARINAMA-TAPA-SAMSKARA-DUKHAIR GUNA-VRTTI-VIRODHA CA DUKHAM EVA SARVAM VIVEKINAH
15. A pessoa que discrimina, apreende (por análise e antecipação) todos os objetos mundanos como marcados pela tristeza, porque eles causam sofrimento como consequência, tanto nas suas experiências aflitivas, quanto em suas latências e também por causa da natureza contrária das Gunas (que produzem mudanças a todo momento).
HEYAM DUKHAM ANAGATAM
16. (É por isso que) a dor que está por vir deve ser evitada.
DRASTR-DRSYAYOH SAMYOGO HEYA-HETUH
17. Unindo o Observador ou o sujeito com o visto ou o objeto, é a causa disso que deve ser evitado.
PRAKASA-KRIYA-STHITI-SILAM BHUTENDRIYAT-MAKAM BHOGAPAVARGARTHAM drsyam
18. O objeto ou o que é passível de conhecimento é por natureza sensível, mutável e inerte. Existe na forma dos elementos e dos órgãos, e servem ao propósito da experiência e emancipaç ão.
VISESAVISESA-LINGAMATRALINGANI GUNA-PARVANI
19. Diversificada (Visesa), não-diversificada (Avisesa), indicador-somente (Linga-matra), e aquilo que não tem indicador (Alinga), são os estados das Gunas.
DRASTA DRSIMATRAH SUDDHO 'PI PRATYAYA-NUPASYAH
20. O Observador é o conhecedor absoluto. Apesar de puro, modificações (de Buddhi) são testemunhadas por ele como um espectador.
TAD-ARTHA EVA DRSYAYA-ATMA
21. Servir como um campo objetivo para Purusha, é a essencia ou natureza dos objetos conhecíveis.
KRTARTHAM PRATI NASTAM APY ANASTAM TAD-ANYA-SADHARANATVAT
22. Apesar de deixar de existir em relação àquele que preencheu seu propósito, os objetos conhecíveis não deixam de existir por serem úteis para outros.
SVA-SVAMI-SAKTYOH SVARUPA-UPALABDHI-HETUH SAMYOGAH
23. Associação é o meio de realização da verdadeira natureza do objeto do Conhecedor e do Possuidor, o Conhecedor (isto é, o tipo de associação que contribui para a realização do Observador e do observado é esta conexão).
TASYA HETUR AVIDYA
24. (A associação tem) Avidya ou ignorância como sua causa.
TAD-ABHAVAT SAMYOGA ABHAVO HANAM TAD DRSEH KAIVALYAM
25. A ausência da associação que advém da falta dela (avidya) é liberdade, e este é o estado de liberação do Observador.
VIVEKA-KHYATIR AVIPLAVA HANOPAYAH
26. Conhecimento discriminativo, claro, distinto (desimpedido) é o meio para a liberação.
TASYA SAPTADHA PRANTA-BHUMIH PRAJNA
27. Sete tipos de insight vêm a ele (o yogui que desenvolveu a iluminação discriminativa).
YOGA-ANGA-ANUSTHANAD ASUDDHI-KSYE JNANA-DIPTIR A VIVEKA-KHYATEH
28. Através da prática dos diferentes acessórios do yoga, quando as impurezas são destruidas, advém a iluminação, culminando na iluminação discriminativa.
YAMA-NIYAMA-ASANA-PRANAYAMA-PRATYHARA-DHARANA-DHYANA-SAMADHAYO'STAV-ANGANI
29. Yama (restrição), Niyama (observância), Asana (postura), Pranayama (regulação da respiração), Pratiahara (restrição dos sentidos), Dharana (fixação), Dhyana (meditação; atilde;o) e Samadhi (perfeita concentração), são os oito meios de se alcançar o yoga.
AHIMSA-SATYA-ASTEYA-BRAHMACARYA-APARIGRAHA YAMAH
30. Ahimsa (não-violência), Satya (verdade), Asteya (abster-se do roubo), Brahmacharya (continência) e Aparigraha (abster-se da avareza), são as cinco Yamas (formas de restrição).
JATI-DESA-KALA-SAMAYA-ANAVACCHINNAH SARVA-BHAUMA MAHA-VRATAM
31. Estas (as restrições), no entanto, são um grande voto quando tornam-se universais, não sendo restringidas por qualquer consideração de classe, lugar, tempo ou conceito de dever.
SAUCA-SAMTOSA-TAPAH-SVADHYAYA-ISVARA-PRANIDHANANI NIYAMAH
32. Pureza, contentamento, austeridade (disciplina mental e física), svadhyaya (estudo das escrituras e recitação de mantras) e devoção a Isvara, são as Niyamas (observâncias).
VITARKA-BADHANE PRATIPAKSA-BHAVANAM
33. Quando estas restrições e observâncias são inibidas por pensamentos perversos, o oposto deve ser pensado.
VITARKA HIMSADAYAH KRTA-KARITA-ANUMODITA LOBHA-KRODHA-MOHA-PURVAKA MRDU-MADHYA-ADHIMATRA DUKHA-AJNANA-ANANTA-PHALA ITI PRATIPAKSA-BHAVANAM
34. Acões que advém de pensamentos perversos, como injúria etc, são realizadas pela própria pessoa, por outras ou aprovadas; são realizadas tanto pela raiva, quanto pela cobiça ou pela desilusão; e podem ser fracas moderadas ou intensas. Saber que são causadas por uma miséria e ignorância infinitas, é um pensamento-contrário.
AHIMSA-PRATISTHAYAM TAT-SAMNIDHAU VAIRA-TYAGAH
35. Na medida em que o yogui se torna estabelecido na não-injúria, todos os seres que se aproximam (do yogui) deixam de ser hostis.
SATYA-PRATISTHAYAM KRIYA-PHALASRAYATVAM
36. Quando a maneira de ser é verdadeira, as palavras (do yogui) adquirem o poder de fazerem-se frutíferas.
ASTEYA-PRATISTHAYAM SARVA-RATNOPASTHANAM
37. Quando o não-roubo é estabelecido, todas as jóias se apresentam (ao yogui).
BRAHMACARYA-PRATISHAYAM VIRYA-LABAH
38. Quando continência é estabelecida, Virya é adquirida.
APARIGRAHA-STHAIRYE JANMA-KATHAMTA-SAMBODHAH
39. Atingindo perfeição nas Yamas, advém conhecimento da existência passada e futura.
SAUCHA SVANGA-JUGUPSA PARAIR ASAMSARGAH
40. Da prática da purificação, desapego com relação ao próprio corpo é desenvolvido, e portanto o desapego se estende a outros corpos.
SATTVASUDDHI-SAUMANASYAIKAGRYENDRIYA-JAYATMA-DARSANA-YOGYATVANI CA
41. Purificação da mente, setimentos agradáveis, concentração, subjugação dos sentidos e habilidade para a auto-realização são adquiridas.
SANTOSAD ANUTTAMAH SUKHA-LABHAH
42, A partir do contentamento, felicidade transcendente é ganha.
KAYENDRIYA-SIDDHIR ASUDDHI-KSAYAT TAPASAH
43. Pensamentos de destruição das impurezas, prática de austeridades gera perfeição do corpo e dos órgãos.
SWADHYAYA ISTA-DEVATA-SAMPRAYOGAH
44. Do estudo e repetição de Mantras, comunhão com a divindade desejada é estabelecida.
SAMADHI-SIDDHIR ISVARA-PRANIDHANAT
45. Da devoção a Deus, Samadhi é alcançado.
STHIRA-SUKHAM ASANAM
46. Uma forma agradável e pausada (de estar) é Asana (postura yogui).
PRAYATNA-SAITHILYANANTA-SAMAPATTIBHYAM
47. Pelo relaxamento do esforço e meditação no infinito (asanas são aperfeiçoadas).
TATO DVANDVANABHIGHATAH
48. Disso vem a imunidade com relação a Dvandvas ou condições opostas.
TASMIN SATI SVASA-PRASVASAYOR GATI-VICCHEDAH PRANAYAMAH
49. Esta (asana) tendo sido aperfeiçoada, regulação do fluxo da inspiração e expiração é pranayama (controle da respiração).
BAHYABHYANTARA-STAMBHA-VRTTIR DESAKALA-SAMKHYABHIH PARIDRSTO DIRGHA-SUKSMAH
50. Este (pranayama) tem uma operação externa (Vahya-vrtti), operação interna (Abhyantara-vrtti) e supressão (Stambha- vrtti). Isto ainda, quando observado de acordo com espaço, tempo e número torna-se lo ngo e sutil.
BAHY-ABHYANTARA-VISAYA-AKSEPI CATURTAH
51. O quarto pranyama trnscende operações internas e externas.
TATAH KSIYATE PRAKASA-AVARANAM
52. Através disso, o véu sobre a manifestação (do conhecimento) é rarefeito.
DHARANASU CA YOGYATA MANASAH
53, (Então) a mente adquiri condições para Dharana.
SVA-VISAYA-ASAMPRAYOGAE CITTASYA-SVARUPA-ANUKARA IVENDRIYANAM PRATYHARAH
54. Quando separados de seus objetos correspondentes, os órgãos seguem a natureza da mente (no momento), isto é chamado Pratyahara (restringir os órgãos).
TATAH PARAMA VASYATENDRIYANAM
55. Isto gera supremo controle dos órgãos.


Fonte-Laisa Boaventura



Como ficou prometido aqui está mais um capítulo dos sutras,desta feita o segundo "sadhana pada",o capítulo que versa sobre a prática.Os yoga sutras assim como o yoga que prescrevem são também vulgarmente referidos como: Ashtanga yoga (yoga das oito partes) Raja yoga, ou yoga clássico, entre outras designações.Acima fica um esquema da prática proposta,de forma a facilitar a leitura e sua compreensão.Brevemente editarei o próximo capítulo.
Boas leituras e boas práticas.
                          
                                                 OM TAT SAT

Thursday, October 13, 2011

OS YOGA SUTRAS DE PATAÑJALI--I-SAMADHI PADA E SÍNTESE



Os yoga sutras de Patanjali são uma obra de referência para qualquer estudante de yoga.
A sua leitura e o trazer esses ensinamentos da teoria á prática,exercem sobre nós um enorme poder transformador.
Entendermos os mecanismos da nossa mente leva-nos a uma compreensão sobre nossa condição, temporáriamente humana, que se traduz num diferente olhar perante tudo o que nos rodeia,um olhar que parte do coração.
Os yoga sutras são o guia que,passo a passo,nos conduz á realização de ser o Ser que já somos em níveis internos e á sua plena e integral vivência na vida prática do dia-a-dia.
Os sutras são frases onde se concentra uma grande quantidade de informação e sabedoria,elaboradas de forma sequencial no sentido de facilitar a memorização do corpo doutrinário que compõe a obra.
Os sutras do yoga não foram criados ou inventados por Patanjali,este somente lhes deu forma e estrutura, através de uma codificação.
A composição dos sutras têm como matéria-prima toda a sabedoria que vinha sendo delineada pelas Upanishads,pela Bhagavad-Gita, e que á muito vinha sendo praticada na Índia,mas que a partir dos sutras e sua codificação passa ao status de doutrina,de darshan.
Agora,se um sutra é uma síntese de sabedoria,o que dizer de um resumo dos sutras?
Pois foi isso mesmo que encontrei na net,feito e pensado para quem não têm tempo,ou está pouco familiarizado com a terminologia yogue.
Também encontrei uma tradução integral dos sutras.
Então,pela suma importância da obra em questão, resolvi publicar a obra e a síntese da obra para que possa ela chegar ao maior número possível de pessoas,independentemente de seus conhecimentos ou tempo,serem mais ou menos escassos.
Uma sugestão para um estudo mais completo é a de se ler primeiro o resumo, de forma a se formar uma idéia geral e posteriormente se proceder ao estudo da obra em si,tendo sempre em mente o que é um sutra,da imensa informação e sabedoria que cada uma destas frases,ou mesmo cada palavra,traz imbuida.
A apresentação da obra vai ser dividida em quatro posts,começando com o resumo e o primeiro capítulo, para posteriormente os restantes três capítulos serem gradualmente publicados.
Decidi-me pela postagem gradual dos capítulos para que possa o amigo leitor, dessa forma, ir digerindo a obra aos poucos, reflectindo vagarosamente sobre cada capítulo,e preparando caminho para o seguinte.
Que possa esta obra ser tão útil, para todos os que tomarem contacto com ela e com sua sabedoria transcendente, como têm sido para mim, são os meus votos.

OM TAT SAT
.
Os Sutras do Yoga são um texto apenas 196 frases, escritas em língua sânscrita, distribuídas em quatro capítulos, que resumem a essência doutrinária do yoga.

Primeiro Capítulo
Introduz o conceito de "samadhi", que é a condição mental recomendada para quem deseja realizar o yoga. O yoga é definido como o recolhimento das atividades mentais de modo que o eu possa se manifestar em sua "natureza autêntica" ("svarupam"). As duas condições essenciais para o yoga são disciplina e desapego - sem as quais não se obtém resultado. Para que o praticante possa aferir se está na condição do samadhi ou mesmo próximo dela, o autor sugere que se observe uma condição mental, chamada "samprajñata", que surge sempre que atinge o samadhi. Esse indicador de sucesso é descrito de várias maneiras, inclusive como resultado da entrega a "Ishvara" (entendido como Deus na forma do "eu" dentro de nós). O autor informa que a realização do Ishvara coloca a mente em condições adequadas para o yoga e elimina os obstáculos, e em seguida descreve o processo de tranquilização da mente, que pode ser cultivado gradativamente até que se alcance o samadhi - ele chama isso de "samadhi com semente". Mas ele também informa que se pode obter esse estado instantaneamente, com a prática, o que ele chama de "samadhi sem semente". Então a mente fica perfeitamente focada e apta para o yoga.

Segundo Capítulo
Apresenta o método proposto para a prática do yoga, distribuido em oito categorias de atividades, e que ficou conhecido como "ashtanga yoga" (o yoga de oito partes). Inicialmente o autor destaca que a realização do yoga se resume a três componentes básicos, que são o "tapas" (austeridade), o conhecimento de si mesmo e a entrega ao Ishvara (o Deus interno). Esses componentes produzem o samadhi e minimizam as perturbações mentais (ignorância, egoidade, desejo, aversão e apego à vida) e mantendo a mente focada (dhyana) se destrói a ação dessas perturbações. A seguir o autor desenvolve a idéia de que tudo o que existe é apenas o produto de nossa mente, e que o que percebemos é apenas o produto de nossas convicções. Se percebemos a presença de nosso próprio "eu" no mundo à nossa volta, entendemos que aquilo que dá sentido ao mundo é o "si mesmo" que está dentro de nós. Assim o sentimento que separa o "eu" do "outro" se dissipa, e também desaparece o vínculo que une o percebedor com a coisa percebida, pois ambos são iguais. E isso é o kaivalyam. Depois dessa explicação, Patañjali prossegue descrevendo os componentes de seu método: "yama", orientações para a relação com os outros; "niyama", orientação para a relação consigo mesmo; "asana", o assentamento do corpo; "pranayama", o controle sobre a vitalidade; "pratyahara", o recolhimento dos sentidos corporais; "dharana", a concentração; "dhyana", a estabilidade na concentração; e "samadhi", que é o mergulho no si mesmo, tratado no capítulo anterior.

Terceiro Capítulo
Descreve os resultados da prática da meditação ("samyama") aplicada a diversos objetos ou idéias. Samyama é a combinação de dharana, dhyana e samadhi. Essa meditação produz transformções na mente ("cittam"), ou seja, na nossa maneira de observar o mundo. Os resultados da meditação são descritos como conhecimentos ou capacidades especiais. A percepção desses resultados, em estado de samadhi, equivale à vivência real de seu significado, de modo que o praticante do yoga passa a ser visto como alguém dotado de "poderes mágicos". Cerca de trinta desses "poderes", entre conhecimentos e habilidades, são enunciados por Patañjali neste capítulo.

Quarto Capítulo
Descreve a meta desejada pelo yoga, que é chamada "kaivalyam", uma condição na qual ocorre a perfeita integração entre o praticante e o universo ao seu redor, na qual ambos se tornam um só. Para chegar ao kaivalyam, o autor desenvolve os conceitos já apresentados nos três capítulos anteriores sobre a identidade entre o "eu" e o "objeto", mas aborda o assunto pela perspectiva do processo mental de cognição. Os resultados enunciados no capítulo 3 correspondem a transformações de cittam (que é a mente enquanto instrumento de percepção). Agora ele deixa claro que embora a mente pareça se multiplicar em razão das diversas transformações pelas quais ela passa, apenas uma única forma de cittam é aquela capaz de realizar o yoga (interrompendo o impulso das atividades mentais). Essa forma (que foi chamada de "svarupam" no capítulo 1) é onde se localiza a mente verdadeira. Essa mente não está limitada à série dos pensamentos, nem é afetada pelo tempo, e é indiferente às mudanças, pois não se subordina às qualidades da matéria. Essa mente jamais se divide, nem também se expressa, pois é pura percepção. Buscando nas percepções apenas aquilo que é distintivo, e não o que é genérico, e ficando atento para que a mente não seja novamente arrastada pelas perturbações tratadas no capítulo 2, o yogi alcança uma percepção tão completa que nada mais resta para ser percebido. As transformações se encerram e o tempo deixa de existir, pois todos os momentos se integram em um só. Nesse estado o yogi deixa de ser um indivíduo e se torna a pura percepção desvinculada de qualquer estrutura. Esse é o Kaivalyam, "o isolamento", onde tudo o que existe já faz parte do "eu" e nada mais existe para ser conhecido.

Essa obra se tornou a referência básica do yoga em qualquer escola, interpretação ou linhagem que tenha surgido depois de sua composição.


Fonte-shvoong--Carlos Eduardo Barbosa(editor do site yogaforum.org)





Samadhi Pada






ATHA YOGANUSASANAM.
1. Agora iniciamos a exposição do Yoga.
YOGASCITTA VRTTI NIRODHAH
2. Yoga é a restrição das modificações da mente.
TADA DRASHTUH SVA-RUPE'VASTHANAM
3. Então o Observador permanece nele mesmo.
VRTTI-SARUPYAM ITARATRA
4. Em outros momentos, o Observador parece assumir a forma da modificação mental.
VRTTAYAH PANCHATAYAH KLISHTAKLISHTAH
5. Elas (as modificações) Têm cinco variedades, das quais algumas são 'Klista' e o resto
'Aklista'.
PRAMANA-VIPARYAYA-VIKALPA-NIDRA-SMRTAYAH
6. (São elas) Pramana, Viparyaya, Vikalpa, sono (sem sonhos) e recordação.
PRATYAKSHANUMANAGAMAH PRAMANANI
7. (Destas) Percepção, inferência e testemunho (comunicação verbal) constituem as Pramanas.
VIPARYAYO MITHYA-JNANAM A-TAD-RUPA-PRATISHTHAM
8. Viparyaya ou ilusão é o conhecimento falso formado a partir de um objeto como se ele fosse outro.
SHABDA-JNANAUPATI VASTU-SHUNYO VIKALPAH
9. A modificação chamada 'Vikalpa' é baseada na cognição verbal, com relação a uma coisa que não existe. (É um tipo de conhecimento útil que advém do significado da palavra mas que não tem uma realidade correspondente).
ABHAVA-PRATYAYA-ALAMBANA VRTTIR NIDRA
10. Sono sem sonho é a modificação mental produzida pela condição de inércia como o estado de vacuidade ou negação (do despertar e do adormecer).
ANUBHUTA-VISHAYASAMPRAMOSHAH SMRTI
11. Recordação é a modificação mental causada pela reprodução da impressão prévia de um objeto, sem adicionar nada de outras fontes.
ABHYASA-VAIRAGYABHYAM TAN-NIRODHAH
12. Pela prática e o desapego isso pode ser restringido.
TATRA STHITAU YATNO'BHYASAH
13. O esforço para adquirir Sthiti ou um estado tranquilo da mente, desprovido de flutuações, é chamado prática.
SA TU DIRGHA-KALA-NAIRANTARYA-SATKARASEVITO DRDHA-BHUMIH
14. Esta prática, quando continuada por um longo tempo, sem interrupção e com devoção,torna-se firme em seus fundamentos.
DRSTA-ANUSRAVIKA-VISAYA-VITRSNASYA VASIKARA-SAMJNA VAIRAGYAM
15. Quando a mente perde todos os desejos por objetos vistos ou descritos nas escrituras,ela adquire um estado de absoluto não desejo que é chamado desapego.
TAT PARAM PURUSA-KHYATER GUNA-VAITRSNYAM
16. Indiferênça para com as Gunas, ou princípios constituintes, alcançada através do conhecimento da natureza de Purusha, é chamado Paravaiaragya (desapego supremo).
VITARKA-VICARA-ANANDA-ASMITA-RUPANUGAMAT SAMPRAJNATAH
17. Quando a concentração é conseguida com a ajuda de Vitarka, Vichara, Ananda e Asmita, é chamada Samprajnata-samadhi.
VIRAMA-PRATYAYABHYASA-PURVAH SAMSKARA-SESO'NYAH
18. Asamprajnata-samadhi é o outro tipo de Samadhi que surge com a prática constante de Para-vairagya, que leva ao desaparecimento de todas as flutuações da mente, permanecendo apenas as impressões latentes.
BHAVA-PRATYAYO VIDEHA-PRAKRTI-LAYANAM
19. Enquanto no caso de Videhas ou dos desincarnados e de Prakrtilayas ou dos que subsistem em seus constituintes elementares, é causada por ignorância que resulta em existência objetiva.
SHRADDA-VIRYA-SMRTI-SAMADHI-PRAJNA-PURVAKA ITARESHAM
20. Outros (que seguem o caminho do esforço prescrito) adotam os meios da fé reverencial, energia, recordação repetida, concentração e conhecimento real (e assim alcançam Asamprajnata-samadhi).
TIVRA-SAMVEGANAM ASANNAH
21. Yoguis com intenso ardor alcançam concentração e seus resultados, rapidamente.
MRDU-MADHYADHIMATRATVAT TATO'PI VISESAH
22. De acordo com a aplicação do método, vagarosa, média ou rápida, mesmo entre os yoguis que têm intenso ardor, existem diferenças.
ISVARA-PRANIDHANAD VA
23. Através de devoção especial a Isvara também (concentração torna-se eminente)
KLESHA-KARMA-VIPAKASAYAIR APARA-MRSHTA PURUSA-VISESA ISVARAH
24. Isvara é um Purusha em particular, não afetado por aflição, ação, resultado das ações ou as impressões latentes que advém delas.
TATRA-NIR-ATISHAYAM SARVAJNA-BIJAM
25. Nele, a semente da onisciência alcançou seu desenvolvimento maior, não havendo nada mais a transcender.
PURVESHAM API GURUHKALENA ANAVACCHEDAT
26. (Ele é) O professor dos primeiros professores porque com Ele não existe limite de tempo (para sua onipotência).
TASYA VACHAKAH PRANAVAH
27. A palavra sagrada que o designa é Pranava ou a sílaba OM.
TAJ-JAPAS TAD-ARTHA-BHAVANAM
28. (Yoguis) a repetem e contemplam seu significado.
TATAH PRATYAK-CETANADHIGAMO'PY ANTARAYABHAVASH CA
29. Disso vem a realização do Ser individual e os obstáculos são resolvidos.
VYADHI-STYANA-SAMSAYA-PRAMADALASYA-VIRATI-BHRANTI-DARSANALABDHABHUMI-KATVANAVASTHITATVANICITTA-VIKSEPAS TE'NTARAYAH
30. Doença, incompetência, dúvida, desilusão, pregriça, não- abstinência, concepção errônea, não-alcance de qualquer estado yogui ou instabilidade para permanecer num estado yogui, estas distrações da mente são os impedimentos.
DUKHA-DAURMANASYANGAMEJAYATVA-SVASA-PRASVASA VIKSEPA-SAHABHUVAH
31. Tristeza, falta de entusiasmo, inquietação, inspiração e expiração advém de distrações prévias.
TAT-PRATISHEDHARTHAM EKA-TATTVABHYASAH
32. Para restringí-las (isto é, as distrações) prática (da concentração) em um princípio único, deve ser feita.
AITRI-KARUNA-MUDITOPEKSANAM SUKHA-DUKHA-PUNYAPUNYA-VISHAYANAM BHAVANATAS CITTA-PRASADANAM
33. A mente torna-se purificada pelo cultivo dos sentimentos de amizade, compaixão, boavontade e indiferença respectivamente a criaturas felizes, miseráveis, virtuosas ou pecaminosas.
PRACCHARDANA-VIDHARANABHYAM VA PRANASYA
34, Pela expiração e restrição da respiração também (a mente é acalmada).
VISHAYAVATI VA PRAVRTTIR UTPANNA MANASAH STHITI-NIBANDHANI
35. O desenvolvimento de percepção objetiva chamada Visayavati também traz tranquilidade mental.
VISOKA VA JYOTISMATI
36. Ou pela percepção que é livre de tristeza e é radiante (estabilidade mental também é produzida).
VITA-RAGA-VISAYAM VA CITTAM
37. Ou (contemplando) uma mente que é livre de desejos (a mente do devoto torna-se estável).
SVAPNA-NIDRA-JNANALABANAM VA
38. Ou tomando como objeto de meditação as imagens dos sonhos ou dos devaneios (a mente do yogui torna-se estável).
YATHABHIMATA-DHYANAD VA
39. Ou contemplando qualquer coisa que o indivíduo queira (a mente torna-se estável).
PARAMANU-PARAMA-MAHATTVANTO'SYA VASHIKARAH
40. Quando a mente desenvolve o poder de estabilizar-se nos objetos de menor tamanho, assim como nos maiores, então a mente está sobre controle.
KSINA-VRTTER ABHIJATASYE VA MANER GRAHITR-GRAHANA-GRAYESHU TAT-STHA-TAD-AN JANATA SAMAPATTIH
41. Quando as flutuações da mente são enfraquecidas, a mente aparenta tomar as formas do objeto da meditação - seja ele o que conhece (Grahita), o instrumento de cognição (Grahana) ou o objeto conhecido (Grahya) - como uma jóia transparente, e esta identificação é chamada Samapatti ou absorção.
TATRA SHABDARTHA-JNANA-VIKALPAIH SANKIRNA SA-VITARKA SAMAPATTIH
42. A absorção na qual existe confusão entre a palavra, seu significado (isto é, o objeto) e seu conhecimento, é conhecida como Savitarka Samapatti.
SMRTI-PARISHUDDHAU SVARUPA-SUNYE VA ARTHA-MATRA-NIRBHASA NIR-VITARKA
43. Quando a memória é purificada, a mente parece estar desprovida de sua própria natureza (isto é, da consciência reflectiva) e somente o objeto (o qual está contemplando) permanece iluminado. Este tipo de abs orção é chamada Nirvitarka Samapatti.
ETAYAIVA SAVICARA NIRVICARA CA SUKSMA-VISAYA VYAKHYATA
44. Através disso (o que foi dito) as absorções Savichara e Nirvichara, cujos objetos são sutis, são também explicadas.
UKSMA-VISAYATVAM CA ALINGA-PARYAVASANAM
45. Sutileza pertencente aos objetos, culmina em A-linga ou o imanifesto.
TA EVA SA-BIJAH SAMADHIH
46. Estes são os únicos tipos de concentração objetiva.
NIRVICARA-VAISHARADYE'DHYATMA-PRASADAH
47. Ganhando proficiência em Nirvichara, pureza nos intrumentos internos de cognição é desenvolvida.
RTAMBHARA TATRA PRAJNA
48. O conhecimento ganho neste estado é chamado Rtambhara (preenchido de verdade).
SHRUTANUMANA-PRAJNABHYAM ANYA-VISHAYA VISESA-ARTHATVAT
49 (Este conhecimento) é diferente daquele derivado do testimunho ou da inferência, porque relaciona-se a particularidades (dos objetos).
TAJ-JAH SAMSKARO'NYA-SAMSKARA-PRATIBANDHI
50. A impressão latente nascida de tal conhecimento é oposta à formação de outras impressões latentes.
TASYAPI NIRODHE SARVA-NIRODHAN NIR-BIJAH SAMADHIH
51. Pela restrição disso também (por conta da eliminação das impressões latentes de Samprajnana), acontece a concentração sem-objeto, através da supressão de todas as modificações.


Fonte-Laisa Boaventura