Saturday, July 23, 2011

MUMUKSHUTVA E O VENTO GALÂCTICO


Intenso desejo de libertação,de atingir moksha.Ardor pelo conhecimento que proporciona a libertação.Isto é mumukshutva.Quando este ardor se estabeleçe na vida de um ser,com uma tal intensidade que tudo o resto fica reduzido a uma importância relativa ,existem aconselhadamente alguns passos a dar, no sentido desta energia poder ser canalizada da melhor forma.
Primeiro há um objectivo a estabelecer.Depois organizar os métodos para atingir esse objectivo.Finalmente pôr-se a caminho.Não aquele caminho que toda gente fala ,tipo, mas qual é o caminho?já encontraste o teu caminho?Parariparara,mas aquele caminho que elegeste no íntimo,e que só tu sabes as cordenadas.Aquele caminho que com o objectivo traçado, se vai fazendo com o vento a empurrar,empurrando-te para a vida,com míriades de nuances de cores, de cheiros, de sons, que vão fazendo com que o milagre da vida se desvele na sua total, e imperfeita perfeição.O segredo deste "caminho é que não há caminho nenhum.Caminho é o samsara,a roda das encarnações.A vida é moksha,é liberdade aqui, já.O Jivanmukta(liberto em vida),é aquele que vive no mundo sem já lhe pertencer.
Não raramente, o conhecimento que leva á libertação é utilizado tipo penso rápido,para apaziguar os sofrimentos mundanos,para tapar as feridas ou então no sentido de proporcionar um,ou uns bons samsaras,com bom karma e exelente comodidade.É magia cinzenta.
Este tipo de situações acontecem pela falta de objectivo.O ser está á deriva,empurrado não pelo vento galâctico,mas por uma tempestade kármica.E isto causa infelicidade,porque a pessoa foi exposta ao ensinamento,já não consegue olhar para as coisas como olhava e ao mesmo tempo não está a fazer yoga,não se sente a "caminhar",está dividida entre o mundo"profano"e o mundo "sagrado",utilizando as expressões de Mircéa Eliade(é nesta fase que aparecem as intermináveis discussões metafísicas sobre "o caminho").A solução é simples,(simplicidade não significa facilidade)basta traçar um objectivo e pôr-se a "caminho",caminhando para lugar algum com as portas abertas,completamente escancaradas á vida,ao vento galâctico.
O vento é o que te conduz do irreal ao real, é a variante imutável,eterna, perene,e vêm conjuntamente com todas as outras variantes, mutáveis,que toda e qualquer situação/experiência apresenta. Viveka (discriminação,discernimento) e vairagya (desapego) são as asas que te premitem voar  no vento,conduzindo-te do irreal ao real.

                                                                  

                     OM
 ASATO MA SAT GAMAYA         
TAMASO MA JYOTIR GAMAYA        
MRITYOR MA AMRITAM GAMAYA 
OM SHANTI SHANTI SHANTII
            
                      OM
CONDUZ-ME DO IRREAL AO REAL
CONDUZ-ME DA ESCURIDÃO Á LUZ
CONDUZ-ME DA MORTALIDADE Á IMORTALIDADE
OM PAZ PAZ PAZ
                                                                                              OM TAT SAT

Monday, July 11, 2011

LOURINHÃ,PRAIA DA AREIA BRANCA E YOGA (horários de verão)



O motivo deste artigo é o de dar a conhecer o ínicio das aulas de hatha yoga no espaço Napurama,na Praia da Areia Branca,Lourinhã.A yoga shala(sitio da prática)foi pensada e construida exatamente com o propósito da prática do yoga,tornando-a por isso o sítio ideal,amplo,arejado,e isolado de barulho.
As aulas vão ser ministradas com um olho posto no yoga clássico de Pantañjali e o outro olho no Ashtanga vinyasa de Pattabhi jois,e os dois (olhos) no raja yoga (o yoga clássico de Pantañjali também é conhecido por Raja yoga,e o Ashtanga de Pattabhis é uma prática de raja yoga,segundo o próprio)
.Como diz um dos mais importantes textos que chegou a nossa era, o hatha yoga Pradipika,atribuido ao yogue Svatmarama:
-A ciência do hatha yoga brilha e serve como escada para aquele que aspira subir ao mais alto degrau no Raja yoga (1.1)
-A ciência do hatha é ensinada apenas por causa do Raja yoga (1.2)
Também é certo que na altura da elaboração desta e outras obras,o yoga servia únicamente o caminho da auto transcendência,não havendo as miríades de aplicações que existem hoje em dia,como a yogaterapia por exemplo.
O yoga é tudo aquilo que achas que ele não é.É o perfeito enigma da esfínge :) Experiênciar o estado  que a prática nos deixa durante o dia é algo difícil de pôr em palavras. Fica aqui o convite para a primeira aula gratuita,sem qualquer tipo de compromisso, para poderes avaliar por ti a veracidade do que foi dito em cima.
Caso tenhas um problema de dinheiro,ou falta dele:),e tiveres vontade de praticar yoga,não deixes de o fazer,és bem-vindo.Alguma solução haveremos de arranjar,haja vontade.
 Também quero agradecer aos membros da animar pela cedência do espaço,especialmente ao meu amigo Paulo pela sua prontidão, gentileza e disponibilidade imediata.

HORÁRIO:
De segunda a sexta:
Da parte da manhã a partir das 8am.Última entrada as 9 da manhã
Da parte da tarde a partir das 7pm.Última entrada as 8 da noite.
Domingos e dias de lua cheia ou lua nova não há prática.
LOCALIZAÇÃO:
Espaço Napurama
Urbanização da charrua,Lote 1 R/chão Drt.(perto ao campo de ténis)
Praia da Areia Branca
CONTACTO:
telef:913185155
mail-  zefolgado@hotmail.com


DESCOBRE TODAS AS TUAS POTENCIALIDADES!

                                                                                                 NAMASKAR

Saturday, July 9, 2011

FELICIDADE OU ALEGRIA?



Não creio que se possa definir o homem como um animal cuja característica ou cujo último fim seja o de viver feliz, embora considere que nele seja essencial o viver alegre. O que é próprio do homem na sua forma mais alta é superar o conceito de felicidade, tornar-se como que indiferente a ser ou não ser feliz e ver até o que pode vir do obstáculo exactamente como melhor meio para que possa desferir voo. Creio que a mais perfeita das combinações seria a do homem que, visto por todos, inclusive por si próprio, como infeliz, conseguisse fazer de sua infelicidade um motivo daquela alegria que se não quebra, daquela alegria serena que o leva a interessar-se por tudo quanto existe, a amar todos os homens apesar do que possa combater, e é mais difícil amar no combate que na paz, e sobretudo conservar perante o que vem de Deus a atitude de obediência ou melhor, de disponibilidade, de quem finalmente entendeu as estruturas da vida.
Os felizes passam na vida como viajantes de trem que levassem toda a viagem dormindo; só gozam o trajecto os que se mantêm bem despertos para entender as duas coisas fundamentais do mundo: a implacabilidade, a cegueira, a inflexibilidade das leis mecânicas, que são bem as representantes do Fado, e cuja grandeza verdadeira só se pode sentir bem no desastre; é quando a catástrofe chega que a fatalidade se mede em tudo o que tem de divino, e foi pena que não fosse esta a lição essencial que tivéssemos tirado da tragédia grega; como pena foi que só tivéssemos olhado o fatalismo dos árabes pelo seu lado superficial.
Por outra parte, é igualmente na desgraça que se mede a outra grande força do mundo, a da liberdade do espírito, que permite julgar o valor moral no desastre e permite superar, pelo seu aproveitamento, o toque do fatal; não creio que Prometeu estivesse alguma vez verdadeiramente encadeado: talvez o estivesse antes ou depois da prisão; mas era realmente um espírito de liberdade e um portador de liberdade o que, agrilhoado a montanha, se sentiu mais livre ainda; porque podia consentir ou não no desastre, superá-lo ou não, ser alegre ou não. E este ser alegre não significa de modo algum a alegria daquele tipo americano de «Quebre uma perna e ria»; acho que eram muito mais alegres as pragas dos velhos soldados de Napoleão. No fundo é o seguinte: é necessário, ajudando a realizar o homem no que tem de melhor, que a mesma energia que se revelou pela física no mundo da extensão, se revele pelo espírito no mundo do pensamento e domine a primeira vaga de energia, como onda rolando sobre onda mais alto vai. E mais ainda: que pelo momento de infelicidade, o que não poderá nunca suceder no caso da felicidade, entenda o homem como as duas espécies ou os dois aspectos de energia se reúnem em Deus. Só por costume social deveremos desejar a alguém que seja feliz; às vezes por aquela piedade da fraqueza que leva a tomar crianças ao colo; só se deve desejar a alguém que se cumpra: e o cumprir-se inclui a desgraça e a sua superação.

Agostinho da Silva,'Textos e Ensaios Filosóficos'

Saturday, July 2, 2011

YANTRAS



     O PODER UNIVERSAL DOS YANTRAS

SHAKTI YANTRA

Yantras são figuras geométricas elaboradas a partir de elementos lineares, que representam de uma forma sintética,as energias do mundo natural.Acredita-se que sejam ideogramas,a partir dos quais a escrita  deriva.Yantras são as bases necessárias a todas as representações simbólicas,assim como as imagens,formas sagradas,altares, arquitetura sagrada,templos e gestos rituais.
Yantra significa literalmente suporte(yan) e instrumento(tra).Podem e são utilizados como ferramentas,suportes(instrumentos) altamente eficientes para contemplação,concentração e meditação.O yantra da-nos um ponto de focagem, que é uma janela para o absoluto. Quando a mente se concentra no yantra as flutuações mentais,os vrittis ,abrandam,podendo eventualmente parar por completo.Através da visualizaçáo geométrica,em certas meditaçoes yantricas  avançadas,é possivel atingir o estado de união com o poder do Universo.
O yantra é uma representação microcósmica do macrocosmos.São portais interdimensionais.
Os yantras representam fontes energéticas ou divindades.Através da concentração num yantra sintonizamo-nos com a energia nele concentrada,podendo utiliza-la para diversos fins,tais como melhorar a nossa vida em determinados aspectos ou puramente para crescimento espiritual.
Todo o design de um yantra,uma construção que obdece a determinadas regras,transporta-te o globo ocular para o seu centro,ocorrendo frequentemente a simetria completa entre ambos.
 Podem ser construidos em papel,madeira,metal,terra ou podem ser tridimensionais.Ao que parece todo o sítio é um bom sítio para construir um yantra.Com um toque de matrix, não resisto á tentação de convidar o amigo leitor a olhar em seu redor e descobrir que tudo o que vê, através do seu yantra ocular ,são formas geométricas e yantras vários.
A energia das formas é a idéia que envolve todo conceito dos yantras.De cada forma geométrica emana uma frequência energêtica especifica,isto quer dizer que temos então várias frequencias energêticas assim como os poderes associados a elas, circunscritos pela forma do yantra, á nossa disposição.É um manancial de poder enorme que o universo nos oferece e que conscientemente utilizado pode acelerar a nossa evolução espiritual grandemente.Por exemplo o triângulo isosceles têm o poder de fazer com que a carne não apodreça,simplesmente seca,sendo esta a razão de os faraôs egipcios serem sepultados nas famosas pirâmides.
Quando focamos um yantra, a nossa mente automáticamente se sintoniza com a energia da forma contida nele,e o yantra,por sua vez, conecta-nos com a energia por ele representada.È um intremediário.Basicamente é uma chave secreta que nos conecta com as energias positivas do Universo.Abrindo um pequeno e rápido parênteses,vivemos num mundo de dualidades, portanto o que serve para a luz também pode ser utilizado de outra forma.A energia é neutra,ela simplesmente é. Somos nos que temos o poder de a desviar,utilizar como queremos,conferir-lhe atributos. Esse é o principio da magia, que pode ser branca ou negra,e fechamos aqui parentêses.
Frequentemente os yantras podem colocar-nos em contacto com energias extremamente elevadas que são de uma ajuda inestimável no nosso caminho espiritual.
Então os yantras são antiquissimos designs geométricos,imagens sagradas que servem de portal para diferentes mundos de luz.
SHRI SHRI YANTRA
Focar a mente num yantra vai-nos fazer conectar com os mundos luminosos por ele representados,e nele contidos,trazendo felicidade e claridade para nossa vida.
A meditação yantrica começa por nos concentrarmos no centro da imagem,no ponto central chamado bindu.Quando os pensamentos começarem a ir e vir descontroladamente,reforçamos o nosso foco no centro do yantra,se necessário podemos concentrar-nos no fluxo da respiração,paralelamente á concentração no bindu, dando assim algo á mente para se entreter.Há medida que a mente vai acalmando vamos extendendo a nossa atenção até atingirmos as linhas limítrofes,tendo agora como ponto focal todo o yantra.
Eventualmente,chegaremos á visualização de todo o yantra,de olhos fechados.Mesmo de olhos fechados,tambem poderá acontecer com os olhos abertos,apôs uns quantos minutos de concentração sobre o yantra,iremos notar que as linhas dentro dele parecem mover-se.Isto não é simplesmente cansaço,estamos a aprender a ver num outro plano de consciência(é prefeitamente destinguível o cansaço e isto que estou a descrever).
De olhos fechados e depois de uns minutos de concentração,ouve e repousa sobre o silêncio da eternidade.É uma prática extremamente restauradora.
Existem outras formas de meditação com yantras,nomeadamente de fora para o centro, para o bindu,sendo chamada de meditação de concentração.A que foi aqui resumidamente descrita é uma meditação de expansão,do centro para fora.Depende de o que queiramos trabalhar.
É interessante notar e reflectir sobre o facto de que no centro das localidades,no bindu,está sempre colocada uma igreja,a morada de Brahman.  
                                                                                          OM TAT SAT