Alguém comentava a propósito de atrairmos as situações e pessoas que correspondem á nossa vibração, e necessidade de aprendizagem.Essa pessoa tinha encontrado alguém que necessitava de uma informação e devido a empatia que sentiu, não só a informou como levou ao lugar pretendido.Plenamente de acordo.Mas e se não tivesse havido empatia?Este retirar de conceitos isolados de um ensinamento que se vai complementado extensamente é uma armadilha,onde o próprio ensinamento se torna estéril.Um exemplo disto é a famosa frase de pattabhi jois"pratice pratice,and all is coming"que entendida fora de um contexto mais abrangente,têm posto muita gente a simplesmente fazer asanas e pensar que está a fazer yoga.Nunca ninguém se libertou somente a fazer o pino.A necessidade de um mestre,guru, alguém que tenha sido exposto ao ensinamento por um tempo prolongado,ou na falta destes um estudo inteligentemente estruturado,é evidente se analisada por este ponto de vista.
É extremamente fácil ajudar alguém com quem simpatizamos,díficil é alquimizar as situações de forma a estares presente quando simpatizas e quando não simpatizas.Transcender as simpatias e SERes presente,numa constante doação de ti ,precebendo o outro como alguém que te ajuda a crescer ,a transmutar as tuas dificuldades,não diminuindo por isso o teu ato sacrificial,nem sendo essa a motivação,esse teu tapas,é o caminho rumo ao centro.
Por esquecermos coisas tão básicas como esta é que os yamas e nyamas, prescritos como o ínicio do caminho a quem se dispõem trilhar a senda que leva á totalidade,continuam tão atuais hoje como quando foram elaborados.Ou os dez mandamentos.Ou o caminho das quatro nobre verdades.Ou o caminho das seis virtudes,os shad sampat.Estas balizas morais,indicadoras e facilitadoras de caminho são constantemente relembradas em todas as grandes tradições religiosas do mundo(religiosidade no sentido de re-ligar,religar-te aquilo que és em essência)
A empatia têm as mesmas cores do livre-arbitrio.Ambos são conceitos,prisões da consciência,mascarados de algo com enorme preciosidade.Só quando as transcenderes és livre.Livre dos teus credos,gostos,aversões,condicionamentos...,livre de ti para então poderes ser livre.Isto pode parcer assustador"livrar-me de mim..."mas na verdade se não é esta a tua busca,se te sentes confortável com as tuas idiossincrasias,lamento mas não é de yoga que estás a procura.Dito desta forma é quase antipático, mas o caminho não é feito com palmadinhas nas costas,e sim com a assertividade"fria"com que o ensinamento por vezes se reveste. Quem trilha a senda com sinceridade encontra aconchego no ensinamento. É esse o caminho do dharma, agir porque é a forma correta de agir,sem apego (leia-se envolvimento ou empatia) á acção,ao que a origina e ao seu resultado.Isto é viver no eterno presente.Não fazes as coisas condicionado pelo passado,nem preocupado com os resultados,o futuro.O eterno presente não é uma abstracção métafisica.Empatia prossupõe dualidade.Eu gosto ou não de algo.São duas coisas.Transcender o livre-arbítrio,o caminho dharmico,prossupõe uma coisa,a coisa certa.Então é lôgicamente conclusivo que o caminho do eterno presente é o caminho da unidade.Não quer dizer que não sintamos empatia por coisas ou pessoas,claro que sentimos,somos SERs humanos,é o sal da vida,agora que esta empatia ou a falta dela não nos impeça de estarmos completos na acção,inteiros na senda que conduz ao centro.
Claro que karmicamente atrais as situações necessárias ao teu aprendizado e consequente crescimento,agora, dharmicamente transcende esses karmas.
(Este texto é oferecido a quem benefeciar com ele,e em especial a uma amiga que ainda procura fora o que ja precebeu só encontrar dentro dela.ObrigadoV.)
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