O yoga e a sua prática deveria ser um assunto considerado por cada um de nós seres humanos,por diversas razões.
O yoga não é propriedade de ninguém ou de Pais algum .O yoga é universal.Qualquer coisa que faças que te conduza a auto-libertação é yoga.Se dar banho ao cão for o teu caminho de libertaçãó,então isso é yoga. Nesse sentido todo ser humano deveria considerar a sua prática,e depois de devidamente considerada,então decidir,já em consciência se quer praticar ou não,e em caso afirmativo,que tipo de yoga se adapta melhor as suas tendências.Não querer praticar yoga,em consciência,é tão válido como praticar.Existe um história indiana,que dois amigos perguntam a um mestre se teriam muitas encarnações ainda até a libertação final.O primeiro tinha uma vida disciplinada,fazia asanas pranayamas tapas etc etc.O segundo era preguiçoso gostava de jogar, beber, mulheres ,etc.O mestre vindo da meditação reveladora,chama os dois e diz ao primeiro: meu filho devido á tua vida disciplinada e de entrega tens mérito mas o desejo de libertação está-te a atrapalhar, de forma que ainda têns de cumprir 10 encarnações na roda do samsara.Ouvindo isto o homem ficou triste, e desiludido começa a chorar.O amigo não aguentando mais a curiosidade pergunta ansiosamente:e eu mestre e eu?tu,responde o mestre ,devido a vida desregrada que fazes,ainda têns mais 100 encarnações karmicas meu filho.Ao ouvir isto,e não cabendo em si de feliz ,o homem começou a cantar e a dançar.
O yoga só é valido se for voluntário, espontâneo e autêntico.
A meu ver ,mais no ocidente,o que leva as pessoas a começar a praticar yoga continua a ser a busca de beneficios,sejam eles mentais,emocionais ou fisicos.O que é válido,mas não é yoga.É no maximo yogaterapia ,nos melhores casos,e modismo ou o forte apelo dos asanas,nos outros casos.E é ótimo que assim seja,a única coisa que isto quer dizer é que a pessoa entrou no yoga pela porta dos fundos,mas mais cedo ou mais tarde,de uma forma ou outra, vai dar de caras com esse mais alto dos ideais humanos,a auto-realização de ser.
O yoga não é relegião(é interessante o testemunho de algumas pessoas que dizem que a prática de yoga os tornou melhores praticantes da relegião que professam),não é ciência,apesar de por vezes ser descrito em certos ambientes como "a ciência da reintegração cósmica,ou, a ciência da reintegração com o divino".O yoga é uma filosofia prática,comprovativa(os resultados das suas práticas não demoram a aparecer),que ensina e proporciona ao praticante uma vida feliz e tranquila,o que não significa inerte.
Podemos tomar como exemplo a vida de Gandhi .É este tipo de felicidade e tranquilidade que se fala.É a tranquilidade e felicidade que a certeza de estares a seguir o teu coração,o teu dharma,proporciona.O mesmo sentimento que aparece quando contemplamos uma peça de arte que nos toque ou completamos um trabalho que nos preenche.
O yoga ensina o caminho que trás a felicidade de dentro,ao invés de a procurarmos fora de nós,como estamos habituados a fazer, e a colher os resultados que intimamente cada um de nós tão bem conhece.
Esta pessoa que eu acho que sou, que construi para mim e para os outros,incompleta,carente,com mais ou menos segurança,bonita ou feia,todo este lixo psicológico que como uma bola de neve,acarreta mais infelicidade,esta falsa pessoa,vai desaparecendo dando lugar a prefeição que já és em níveis internos,mas todo esse "lixo" construido com base no prosuposto errado que têns de ti próprio não deixa vir ao de cima ,não te deixa SER(to be or not to be).
A proposta do yoga não é a de te mudar ou de te transformar,não vai trazer nada de novo que não esteja já ai.
A proposta do yoga é a de deixares ser,o ser.
Então tu vais ter uma aula de yoga onde o ênfase está na execução perfeita dos asanas,o que equivale a dizer que toda gente faz aquilo igual.O que que estás a fazer?estás simplesmente a inibir,novamente,o teu ser.O corpo procura expressar a nossa identidade,pensa miticamente sobre o asana e o coração começa a expressar-se através do corpo,e se tu deixas a opção disponivel,o asana torna-se a tua própria visão,a tua montanha,a tua árvore,o teu guerreiro(nomes de asanas)etc.Tu tens o universo dentro de ti,então o que o asana quer de ti e que sintas a árvore(vrikshasana) que há em ti,que te sintas a enraizar na terra,a tua expressão de imobilidade de uma montanha(tadasana)etc etc.É a tua visão,não a do grupo ou professor,não se quer um rebanho,quer-se um rebanho de pastores.
Isto é o "crescei e multiplicai-vos",o ser multiplica-se pelo universo dentro dele, e 1x1=1.
Então se colocas a tua expressão no asana, na prática,e colocares o asana na vida,crias um bloco único de autencidade,crias uma visão interna ,um olhar interior sobre tudo,e a auto-realização é essa precepção lúcida,que te torna a pessoa mais normal do mundo,normal porque esse olhar interno já não vê diferenças,tornas-te uno com o universo dentro de ti,e de ti para ti só podes ser normal.
Esta realização não vêm acompanhada de fogo de artifício,duma banda ou uma seta a apontar para ti a dizer:este indivíduo é um iluminado,ou roupas brancas ou t-shirts com o ganesha etc etc etc.
Quem passa por ti a última coisa que pensa é que és um sábio,ou seja lá o que for que as pessoas pensam para catalogar,de tão normal que és.
Mas no entanto,a tua presença,mesmo silenciosa é profundamente transformadora.É yoga.
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