Thursday, September 1, 2011

DO YOUR PRACTICE,AND ALL IS COMING

Sri K. Pattabhi Jois escreveu este artigo que encontrei publicado no site do centro de estudos de yoga narayana.
Ashtanga yoga vinyasa,método criado pelo falecido Pattabhi Jois, faz parte do meu sádhaná diário,e nesse sentido achei este texto uma delícia.O ashtanga yoga vinyasa é bastante criticado por dar exessivo ênfase aos asanas, em prol dos restantes angas enunciados pelo sábio Patanjali nos yoga sutras.
Talvez os juízos de valor surjam pelo facto de os críticos nunca terem exprimentado a prática.(diga-se de passagem que exprimentar não é praticar uma vez,mas o tempo suficiente para sentir os seus efeitos)
 Baseando-se nas aparências e nas suas próprias práticas,emitem as suas opiniões,contrariando em toda a extensão o espírito essencialmente prático e exprimental que caracteriza o yoga.
Em relação a mim,porque só por mim posso falar,toda a prática do ashtanga vinyasa me vai levando gradualmente a um estado de felicidade e bem estar indescritivél, que transcende largamente o momento da prática,predurando pelo resto do dia. 
Desde o momento que piso o tapete,alinhando o corpo(por vezes ainda bem dorido,levando-me invariavelmente a pensar nos conceitos de abhyasa e vayragya,e a recorrer a eles para continuar),encontrando a respiração(ujjay pranayama é o que vulgarmente se chama ao pranayama que se faz durante a prática,mas não é ujjay,aliás como o próprio Jois explicava)para começar o "bailado fluido"que são os suryas A e B, que vou entrando progressivamente em estados,cada vez mais profundos,de Prathiara,Dharana e Dhyana.
Toda a estrutura da prática me vai conduzindo a estes estados de profunda entrega e comunhão,seja pelo pranayama,seja pelos bandhas(selos) ou pelos pontos de foco de atenção,os drishtis.
Não raramente me veêm duas frases de sri K.P.Jois :"pratice, pratice and all is coming" e "i just teach Patanjali´s yoga",sendo, que se a primeira carece de uma atenção mais cuidada devido as armadilhas que pode eventualmente encerrar,a segunda está plenamente contextualizada por esta pérola de texto que encontrei na net.
Deliciem-se então com as palavras de K.P.Jois.



                                                         ĀSANAS E PRĀṆĀYĀMAS:
                                     UMA PARTE INTEGRAL DO AṢṬĀṄGA YOGA

Todo ser humano tem necessidade de conhecer Yoga nesta era de ciência e tecnologia. O homem de hoje está envolvido na roda de um mundo mecânico. Ele está perseguindo o pássaro de ouro dos benefícios das criações da ciência, mas está impedindo a sí mesmo de obter a prosperidade. Os antigos Ṛṣis da Índia descobriram, após intenso esforço, que a verdadeira felicidade está mais em alcançar o conhecimento espiritual do que a felicidade material. O meio de se conseguir a felicidade espiritual é o Yoga. Os antigos Ṛṣis experimentaram o espírito do yoga. Eles transmitiram suas experiências as gerações posteriores para o beneficio da humanidade, através de trabalhos escritos e ensinamentos orais. Estes ensinamentos foram repetidos a cada geração e estabeleceu-se a saudável tradição dos Gurus.

O resultado da transmissão deste ensinamento é o
Aṣṭāṅga Yoga. Aquele que segue este sistema gozará a vida e se beneficiará de uma maior felicidade.

O que é Yoga? Para quem serve? A mente, por natureza, é muito oscilante. Yoga é a arte e a ciência de dominar esta mente oscilante e dirigi-la para sua verdadeira fonte.
Patañjali Mahaṛṣi assim diz: “Yoga citta vṛtti nirodhadh”. Isto é necessário a todos os seres humanos, sem levar em conta sexo ou idade. Quando a mente humana é pura e clara, a alegria da felicidade material torna-se mais significativa. Yoga ajuda-nos a libertar nossas mentes de todas as agitações. A mente é a causadora de toda a tristeza e felicidade humanas. É por esta razão que os sábios disseram: “Mana Eva manusyānām karānam bandha mokṣāyo”.

A mente oscilante é comparada ao movimento do mercúrio. Se for controlada e canalizada para sua origem através de práticas de
Āsana e Prāṇāyāma, é possível se experimentar a natureza do verdadeiro eu. Isto, em outras palavras, chama-se, salvação. A mente agitada e oscilante satisfaz prazeres materiais e, conseqüentemente, torna-se escravizada.

Escravidão significa infelicidade. Uma indulgência excessiva para com a felicidade material, que nada mais é que a felicidade dos sentidos, portanto, ilusória, temporária e não satisfaz. Qualquer excesso de indulgência dos sentidos resultará em enfermidade e maior infelicidade. Manter o corpo, a mente, o intelecto e os sentidos puros e fortes é a essência do
Aṣṭāṅga Yoga.

É uma pré-condição, manter o corpo, a mente e os sentidos fortes para experimentar a felicidade da benção espiritual.
Nayamātma balahsenena labhyah”. O indivíduo consegue a força do corpo, mente e sentidos, através de Āsana e Prāṇāyāma. Citando Patañjali: “Āsana jayat dvaṁdva anabhigatah”, diz que o praticante de Āsana e Prāṇāyāma terá um controle melhor sobre o frio, calor, felicidade e infelicidade. Yogi Yājñavalkya tem opinião semelhante: “Tritiya kalastho havi s vayam saṁhṛta e prabham Tritiya sthitoyogi vikāra, mānasam tathā”. Assim como o sol da tarde torna o mundo feliz, radiando os raios frescos e agradáveis, aqueles que praticam meticulosamente o terceiro estágio do Aṣṭāṅga Yoga ficarão livres de distúrbios mentais e físicos. Na ordem de yama, niyama, āsana, etc., Āsana é o terceiro estágio. Conseqüentemente, Āsana nos liberta das perversões mentais (vikāra). Assim, Āsana e Prāṇāyāma são quase que a base do Aṣṭāṅga Yoga. É difícil ter o domínio sobre o Prāṇāyāma, sem dominar o Āsana. É igualmente difícil praticar Pratyāhāra, Dhyāna e Dhāraṇā sem dominar Āsana e Prāṇāyāma.

Quanto mais se praticar
Āsana e Prāṇāyāma, melhor. O corpo torna-se brando, forte, e flexível. Isto fará com que o corpo se livre de enfermidade. Se o corpo cai vítima de uma enfermidade, curar-se-á com Āsana e Prāṇāyāma. Mesmo doenças como diabetes, asma, epilepsia, perturbações gástricas, reumáticas, paralisia, etc., podem ser prevenidas e curadas com Āsana e Prāṇāyāma.

Āsana
e Prāṇāyāma deveriam ser apreendidos somente com a ajuda e direção de um conhecedor na matéria. Não podem ser apreendidos somente pela leitura de livros e por fotografias de posturas de Yoga. “Vinā vinyāsa yogena āsanādin na kārayet”, diz Vamana, uma autoridade em Āsana de yoga e Prāṇāyāma.

Quantos Āsana há? Como praticá-los “Āsananicha tavanti yāvantyo jīva rāsayah”, dizem os Upaniṣad. Significa que há tantos Āsana quantos são os seres vivos. Estima-se que há oitocentos milhões de seres vivos. Mas conhecem-se aproximadamente trezentos Āsana. Mais ou menos cem deles são praticados. Alguns se destinam a curar enfermidades e outros a purificar o sistema psico-físico. As pessoas não precisam praticar todos os Āsana. Eles devem ser praticados de acordo com a constituição física, idade e habilidade do praticante. É possível manter o corpo livre de enfermidades com este método.

O corpo humano é um mecanismo muito complexo. Não pode permanecer sempre na mesma condição. Haverá variações no sistema devido a modificações na dieta, nas atividades, etc. Geralmente, cuida-se do corpo externamente. Internamente não se cuida de limpá-lo. Esta é a causa das enfermidades. É possível limpá-lo externamente e internamente pelo método yogui. Ele vai garantir que o corpo se livre das doenças. Daí a importância de Āsana e Prāṇāyāma para homens e mulheres.
É necessário praticar diversos Āsana para atingir, no mínimo, a perfeição de um Āsana. É depois de se atingir a perfeição no Āsana, que o Prāṇāyāma se torna fácil e eficiente. Citando a autoridade “Tasminsati avasa prachvāsayorgati vichedad prāṇāyāmaḥ”.

Se Prāṇāyāma é praticado sem Āsana, os músculos tornam-se moles e flácidos; em conseqüência disso, um movimento irregular de ar pode enfraquecer os sentidos e pode prejudicar a boa forma do corpo. Pode agir na pressão sanguínea causando enfermidades. Pode até afetar o cérebro. Fora disso, um profundo conhecimento de Bandham (de diferentes regiões, como o Mūlabandha, Udyānabandha e Jālandharābandha), é essencial para compreender a técnica do Prāṇāyāma. Pode-se controlar Bandha, se os Āsana são bem feitos. São em número de 8 aproximadamente.
“Suryabhedanam Ujjāyi sītkarī śītalī, Bhastrika Bhrāmari Mūrchā Plāvinityasta Kumbhakāh” diz Śaṁkarācārya “Sahasrasassanti hatesu kumbhāhsā jṛmbhate kevala kumbha eva”. Não se exige todos estes para a manutenção da saúde física e mental. Isto, aprendido através de um guia especializado, traz efeitos convincentes, “Kriyaiva Kāraṇam siddhed na cha tatkāranam kathā, na sāstra pāthmātrena yogasiddhih prajāyate”. Não é somente vestir o manto ocre que importa, nem a pretensão de dhyāna com os olhos fechados. O que é essencial é uma prática muito sincera e honesta, Não há distinção entre um sanyasi ou um brahmacari (solteiro) ou um chefe de família – todos deveriam praticar.
Na verdade, é um acontecimento muito feliz notar que o governo do Brasil, o povo e todos os entusiastas de Yoga organizaram um congresso internacional de Yoga, focalizando a atenção de todos, para conhecer a natureza genuína e duradoura do Yoga. Eu rogo à Deus que tais convenções sejam realizadas freqüentemente para educar os aspirantes de Yoga, para que possam distinguir o Yoga genuíno do falso.

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